Postado por Flavia Franciny Costa Rojas em 10/10/2022 22:08
Quando estamos falando sobre comportamento humano é muito comum o interesse sobre o meio familiar vir a tona. E com isso, fazemos diversas suposições sobre o que poderia ser bom ou ruim nesse ambiente.
No que diz respeito a família uma serie de mitos foram criados, entre eles a ideia da “família da propaganda de margarina”. Nas propagandas de margarina é muito comum vermos uma representação de família em que a constituição se baseia em um homem, uma mulher e crianças em volta. Geralmente essas pessoas estão em uma mesa milimetricamente arrumada, com todos sorrindo em total harmonia.
Não afirmo que não possam existir famílias que vivam em grande harmonia, onde o respeito e ajuda mútua sejam comuns. Entretanto, esse recorte mostrado na propaganda não é o que na maioria das vezes representa tanto a constituição familiar quanto o dia-a-dia da maioria das pessoas.
Citei algumas características pontuais sobre a “família margarina”, mas na verdade ela representa simbolicamente uma serie de coisas. Dentre elas é essa ideia de que as famílias não têm conflitos. Uma serie de pessoas foram seduzidas por essa imagem de família, e ao olharem para as suas ficaram frustradas. Seja porque suas famílias de origem estavam distante dessa realidade, seja porque construíram uma nova família que também não cabiam nesses moldes.
Quando essas falhas produzem sofrimentos que interferem em nossa vida em diversos aspectos, obviamente devemos tratar e falar sobre elas. Entretanto, também é necessário reconhecer que sim, as famílias possuem diferenças que gerarão conflitos. Tudo bem, isso é normal.
Se há uma verdade sobre famílias, é esta: não existe família perfeita. Quando olhamos de perto, há uma série de faltas e falhas que rodearam a criação de alguém no meio familiar.
Na vida real as pessoas tentam fazer malabarismo para lidar com as dificuldades cotidianas e muitas vezes feridas abertas tornam a convivência complicada. Assim, ao olhar para a sua família, seja a de origem seja a que você construiu, tente olhá-la como ela é. Nas suas imperfeições e peculiaridades.
Reconhecer as imperfeições familiares de forma alguma exclui a responsabilidade dos efeitos negativos que elas podem ter. Porém nos ajuda a escapar de uma possível idealização ou muitas vezes de comparações que geram ainda mais sofrimento. Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde.
Flávia Costa
Psicóloga 05/60279
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