Postado por Gabrielle Cruz em 26/08/2025 14:20
Desde pequenos, aprendemos a nos conectar com quem cuida de nós. Esses primeiros vínculos moldam como nos relacionamos ao longo da vida. Quando crescemos em ambientes seguros, desenvolvemos a capacidade de amar com confiança, liberdade e respeito. Mas quando o afeto vem acompanhado de rejeição, instabilidade ou medo, podemos carregar padrões de apego que nos fazem confundir dependência emocional com amor.
Consideramos a existência de uma dependência emocional quando colocamos nossa autoestima e bem-estar nas mãos de outra pessoa. Este, não é um termo técnico, mas utilizaremos para compreender, de forma simples, alguns dos conflitos de relacionamento. É como se, sem o outro, não conseguíssemos funcionar, como uma incapacidade de nos sentir amados ou até mesmo de existir plenamente. Esse tipo de vínculo emocional pode afetar relações familiares, amorosas ou até mesmo de amizade, costuma vir acompanhado por um constante medo do abandono, ciúmes excessivo, dificuldade de impor limites e uma necessidade constante de validação.
Mas como saber se o que sentimos é amor ou apego?
O amor saudável é aquilo que pensamos ser leve. Ele respeita a individualidade, promove autonomia e se baseia na confiança mútua. Há espaço para o outro ser quem é, sem que isso ameace a relação. Já o apego ansioso, por exemplo, pode prejudicar seriamente as relações interpessoais. Este é um dos tipos de apego formulados pela Teoria do Apego, para falarmos de relacionamentos, precisamos percorrer o pensamento de Bowlby. Ele nos ajuda a compreender como nos relacionamos com o outro. Existem mais 3 tipos de apego pontuados pelo autor, mas hoje focaremos no tipo de apego ansioso. Este tipo de apego pode vir do medo, da insegurança ou inconstância e da ideia de que precisamos do outro para sermos vistos/completos. Muitas vezes a pessoa com esse padrão cognitivo pode gerar comportamentos conflituosos e angustiantes, em uma relação amorosa, ambos podem se sentir sufocados.
A boa notícia é que é possível trabalhar na mudança desses padrões. A psicoterapia te ajuda a identificar crenças profundas que sustentam a dependência. Com apoio profissional, aprendemos a questionar esses pensamentos, entendemos nosso funcionamento emocional, direcionando a criação de ferramentas para fortalecer a autoestima, autonomia e construir relações mais saudáveis, baseadas em reciprocidade, confiança e liberdade.
Amar não é se perder no outro. É crescer junto, sem deixar de ser quem se é.
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Psicóloga Gabrielle Cruz
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