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Enfrentamento do Luto

Postado por Alessandra Graciela Rodrigues de Medeiros Giné em 27/08/2025 09:54


Enfrentamento do Luto e os Tipos de Luto

O luto é uma resposta natural e universal à perda, especialmente quando relacionada à morte de uma pessoa significativa. Embora o luto esteja intrinsecamente ligado à morte, ele também pode surgir diante de outras perdas significativas, como o fim de um relacionamento, perda de um emprego, mudanças drásticas na vida ou o diagnóstico de uma doença crônica. Cada indivíduo vivencia o luto de forma singular, influenciado por sua história de vida, cultura, espiritualidade e rede de apoio.

O que é o luto?

O luto pode ser compreendido como um processo psicológico e emocional de adaptação à perda. Envolve uma série de reações que podem ser físicas, emocionais, comportamentais e sociais. Sentimentos como tristeza, raiva, culpa, confusão, alívio e até entorpecimento são comuns, variando em intensidade e duração.

Fases do luto

Uma das teorias mais conhecidas é a de Elisabeth Kübler-Ross, que propôs cinco estágios do luto:

  1. Negação: a pessoa se recusa a aceitar a perda, como forma de proteção emocional.
  2. Raiva: sentimento de injustiça ou revolta contra a perda.
  3. Barganha: tentativas de negociar com a realidade ou com crenças espirituais para reverter a situação.
  4. Depressão: sentimento profundo de tristeza e vazio.
  5. Aceitação: compreensão e assimilação da perda, com retomada da vida.

Esses estágios não ocorrem de forma linear e nem são vivenciados por todos da mesma maneira.

Tipos de luto

1. Luto normal

É o processo esperado após uma perda. Envolve dor emocional, mas tende a diminuir com o tempo, permitindo a reintegração da vida cotidiana e a ressignificação da ausência.

2. Luto antecipatório

Ocorre antes da perda efetiva, geralmente quando há o diagnóstico de uma doença terminal. Tanto a pessoa doente quanto os familiares podem começar a vivenciar o luto antes da morte.

3. Luto complicado ou prolongado

Neste caso, a pessoa permanece presa ao sofrimento da perda, com sintomas intensos que duram mais de 6 meses a 1 ano, impedindo a retomada da vida. Pode evoluir para quadros de depressão, ansiedade ou transtorno de luto prolongado (segundo o DSM-5-TR).

4. Luto não reconhecido ou invisível

Acontece quando a sociedade não valida a dor da perda, como em casos de aborto espontâneo, morte de um animal de estimação, perda de um ex-parceiro, ou luto vivido por pessoas em relações não reconhecidas (como casos extraconjugais ou relações homoafetivas escondidas).

5. Luto inibido

Quando a pessoa evita expressar ou sentir a dor da perda, reprimindo as emoções. Pode surgir por pressões sociais, culturais ou por medo de não dar conta da dor.

6. Luto coletivo

Vivenciado por um grupo ou sociedade, como em tragédias públicas, desastres naturais, pandemias ou atentados. Pode intensificar sentimentos de insegurança, raiva e desesperança.

O enfrentamento do luto envolve um conjunto de estratégias emocionais, cognitivas e práticas que ajudam o indivíduo a se adaptar à nova realidade. Alguns caminhos incluem:

  • Permitir-se sentir: validar as emoções sem julgamentos.
  • Buscar apoio emocional: conversar com pessoas de confiança, grupos de apoio ou terapeutas.
  • Criar rituais de despedida e homenagem: como cultos, memoriais, cartas de despedida, álbuns, etc.
  • Cuidar do corpo e da mente: alimentação, sono, atividade física e momentos de descanso são fundamentais.
  • Resgatar significados: reconstruir o propósito de vida e valorizar as memórias com a pessoa que partiu.
  • Psicoterapia: essencial para casos de luto complicado ou quando o sofrimento interfere significativamente no cotidiano.

O luto é uma vivência profundamente humana, que exige tempo, acolhimento e compreensão. Não existe um “prazo” para que a dor cesse, mas sim um caminho de reconstrução interna que varia conforme a história e os recursos de cada pessoa. A escuta empática, o respeito às singularidades do processo e o suporte profissional, quando necessário, são pilares fundamentais para uma vivência mais saudável do luto.

Quer saber mais? Sou Alessandra G R Medeiros Giné CRP 06/114786.

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