Postado por Danilo Nogueira da Macena Pinto em 06/06/2022 16:14
PREGUIÇA COGNITIVA
RAPIDO E DEVAGAR DUAS FORMAS DE SE PENSAR
De modo simplificado, esse fenômeno está atrelado às duas formas principais de funcionamento do nosso cérebro, uma mais rápida e automática e outra mais lenta e minuciosa. Quando interagimos com o mundo, é mais comum que a forma rápida de pensar esteja guiando nosso dia, visto que ela é responsável por nossas interações mais automáticas do dia a dia, como por exemplo, se vestir, cumprimentar pessoas, jogar conversa fora e dentre outras dos mais diversos tipos de atividades.
Já o nosso modo lento e minusioso tomam conta quando nos dedicamos a atividades que demandam raciocínio lógico e concentração, durante essas atividades é normal que nós dediquemos um esforço cognitivo muito maior para realizar essas tarefas já que elas demandam de nós uma elevada quantidade de atenção minuciosa, por exemplo, estudar para as provas, elaborar projetos ou aprender a dirigir.
Talvez pensar sobre essa segunda forma de funcionar do nosso cérebro já te dê certo cansaço, afinal, se imaginar enfrentando longas horas de estudo e concentração, por exemplo, tende a ser mais difícil para a grande maioria das pessoas, já que embora não seja necessário um esforço físico, esse estado de concentração e dedicação tende a ser igualmente cansativo não é mesmo?
PREGUIÇA COGNITIVA
A preguiça cognitiva é como chamamos uma tendência natural do nosso cérebro de preferir as respostas mais simples que não exijam um pensamento critico mais apurado e estruturado. Esse desgaste mental tende a ser evitado, não somente por nós, quanto pelos nossos cérebros também, de modo a evitar passar por esses momentos desgastantes, frequentemente temos uma tendência de nós deixar levar por esse modo rápido de funcionar e deixando de questionar esses pensamentos automáticos, porque independente de quais eles sejam, ainda é bem mais fácil do que mudá-los, esses momentos podem ser percebidos quando paramos para questionar um pouco mais a fundo nossos conhecimentos, por exemplo, o falso entendimento de que manga com leite mata, esse conhecimento de senso comum é muito facilmente reproduzido, porem com algumas poucas reflexões já seria possível perceber as contradições nessa afirmação e facilmente questionar esse tipo de pensamento.
Embora esse seja um exemplo mais simples, a preguiça cognitiva merece bastante atenção já que esse modo de funcionar acaba sendo um prato cheio para a proliferação de preconceito e discriminação, já que esse modo automático de pensar, sempre está criando novas estratégias para simplificar problemas mais complexos, o que nos torna mais dispostos aceitarmos nossas próprias justificativas infundadas de compreender o mundo ao nosso redor.
PREGUIÇA COGNITIVA NO DIA A DIA
Agora que temos o cenário, precisamos colocar exatamente o momento em que a preguiça cognitiva age, porque essas facetas do funcionamento mental podem facilmente ser confundidas com desculpas biológicas para a nossa falta de vontade ou procrastinação. A Preguiça cognitiva é um fenômeno biológico, uma tendência do cérebro que precisa ser entendida e exercitada, de modo que não afete negativamente nossa experiência de vida e nos faça estagnar.
Assim como é normal sentir uma preguiça antes de ir para academia, é normal sentir um desanimo ou resistência antes de rever nossos conceitos e idéias, porem, assim como na academia, se nós pretendemos alcançar nossos objetivos, é preciso uma dose de boa vontade e disposição a mais para que possamos vencer essa preguiça e correr atrás do que nos propomos a fazer. A preguiça cognitiva ocorre justamente quando nós deparamos com situações, pensamentos, conceitos e idéias que demandam um envolvimento lógico consciente, algo para o qual não temos necessariamente uma resposta e que exige um envolvimento cognitivo muito maior do que o nosso modo automático é capaz de lidar.
Dessa forma a preguiça cognitiva nos impede de encontrar novas respostar e atualizar nossas perspectivas, fazendo o mesmo que a indisposição para a atividade física faz, deixando nosso intelecto sedentário, afinal, “preferimos a facilidade de nós agarrarmos em visões antigas à dificuldade de compreender idéias novas”.
Fontes:
- Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar, Daniel Kahneman
- Subliminar, Leonard Mlodnaw
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