Postado por Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira em 08/05/2024 16:22
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é transtorno de saúde mental que pode causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e afetos. A pessoa com síndrome de Borderline apresenta sintomas como impulsividade, visão distorcida de si e dos outros, medo de abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas e intensas.
A genética tem um papel importante no desenvolvimento do Borderline. Afinal, o transtorno é cinco vezes mais frequente em quem tem ou teve pais com borderline do que na população em geral.
O impacto do ambiente familiar no desenvolvimento da criança pode ser um fator importante. Muitos dos pacientes passaram por negligência, abusos físicos e sexuais dentro da família, ou veem o casamento dos pais como algo conflituoso. Porém, vale ressaltar que também há pacientes com históricos familiares absolutamente comuns, sem nada de anormal.
O Transtorno de Personalidade Borderline pode ser ainda a consequência de uma educação muito autoritária. Com o tempo, as tentativas de autoafirmação da criança sucumbem aos desejos dos pais e ela se habitua a se submeter, desenvolvendo dúvidas sobre a própria capacidade e vergonha pelos seus fracassos. Aos poucos, a criança para de tentar expressar as suas vontades, podendo levar a falhas na clarificação psíquica de si e do outro.
O transtorno de borderline pode ter início na adolescência ou na idade adulta. Entre as características do Borderline, destacam-se:
A partir das características do transtorno, uma pessoa com borderline pode desenvolver sintomas ao longo da vidas como:
O diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é clínico, baseado em uma minuciosa avaliação com um Psicológo ou psiquiatra feita por profissional de saúde mental qualificado. Muitos profissionais envolvem o paciente no seu próprio diagnóstico, na medida em que vão mostrando a ele os critérios diagnósticos e perguntando quais deles os definem plenamente. Este método ajuda o paciente a aceitar melhor o diagnóstico. De modo geral, falar com o paciente sobre o diagnóstico é a conduta preferível para a maioria dos especialistas. Questões que precisam ser perguntadas são sobre ideações suicidas, atos autolesivos e pensamentos sobre machucar os outros. O diagnóstico é clínico, baseado no relato do paciente e nas observações do médico.
É importante lembrar que, hoje, o diagnóstico é feito pela presença de uma coleção de traços e não por um critério isolado. Mas nem sempre a resposta é certeira: é comum a confusão do Transtorno de Personalidade Borderline com o transtorno bipolar, por exemplo.
Exame físico e testes de laboratório são recomendados para eliminar sintomas possíveis, como problemas de tireoide e abuso de substâncias. Exames de imagem são usados para afastar outras causas, especialmente neurológicas.
O tratamento inicial do transtorno de Borderline é feito com a psicoterapia. Ela ajudará o paciente a controlar melhor seus impulsos e entender seu comportamento. A psicoterapia é uma grande aliada para quem busca a melhora de aspectos emocionais. Além de oferecer auxílio em momentos de aflição, o acompanhamento de um psicólogo permite um maior entendimento frente às questões da vida. Ter o acompanhamento de um psicólogo no dia a dia pode trazer transformações significativas em sua existência, independente do motivo que o motivou a iniciar a psicoterapia. Outro ponto trazido pelo tratamento com a psicoterapia é o foco, principalmente, nas questões do suicídio e da automutilação, além do aprendizado de novas habilidades, como: consciência, eficácia interpessoal, cooperação adaptativa nas decepções e crises e na correta identificação e regulação de reações emocionais.
O tratamento de Borderline pode feito também com a ajuda da terapia familiar, pois, em geral, a família tende a abandonar o paciente ou a se tornar superprotetora. Os pais se dizem impotentes e relatam sofrer tanto quanto o paciente.
Os remédios usados para tratar os pacientes com Borderline geralmente focam em sintomas isolados. Entre os medicamentos mais utilizados, estão:
No início, o tratamento pode aliviar alguns sintomas, principalmente aqueles que mais perturbam os pacientes. Porém, ao pensar no desenvolvimento da personalidade, o tratamento deverá ser de médio a longo prazo.
O objetivo é ir além dos sintomas, buscando o desenvolvimento duradouro das capacidades psíquicas do paciente. Os tratamentos, especialmente a psicoterapia, também podem ser breves, com duração de 20 sessões ou de longo prazo, de dois a três anos. Pesquisas atuais têm apontado que tratamentos de longo prazo produzem resultados mais duradouros no decorrer da vida.
Busque ajuda de um profissional qualificado para lhe ajudar.
Psicóloga Tayhana Queiroz
CRP 11/21399
Instagram: tayhanaqueiroz.psi
contato: (85)987372142
DSM-IV, American Psychiatric Association - Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 4ª ed. Edit. Artes Médicas
DSM-V, American Psychiatric Association - Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais 5ªed. Edit. Artes Médicas
Sobrevivência Emocional: as feridas da infância revividas no drama adulto", de Rosa Cukier. Editora Ágora, 1998
The UK National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE) 2009 clinical guideline for the treatment and management of BPD
National Institute of Mental Health – Borderlline personality disorder
Associação Psiquiátrica Americana