Erro

“Meu amor me deixou! E agora, o que faço?” 

Postado por Mariane Aparecida Pereira em 26/10/2024 00:35


“Meu amor me deixou! E agora, o que faço?” 

Esse é um tipo de pergunta que aparece muito nos plantões psicológicos, em que os pacientes costumam procurar por uma “resposta” imediata, após terem sido deixados em um relacionamento.  

Como se o terapeuta tivesse essa resposta... 

A terapia serve para te ajudar a resolver os seus conflitos e pensar sobre eles, o que não significa que o psicólogo (pelo menos na minha abordagem - psicanálise), te falará o que fazer, pois você é o autor da sua história, é você quem vive a sua vida e ninguém no mundo saberia melhor o que fazer com a sua própria vida, a não ser você que é quem a vivencia. A psicanálise te ajuda a pensar sobre as coisas, por vezes te faz perguntas, mas é você quem chega na resposta, no que fazer, como seguir, mudar.

Términos de relacionamento costumam deixar um vazio existencial, é como se o outro levasse algo seu com ele e a partir dali (em alguns casos, talvez o seu), a vida passa a não fazer mais sentido. Em diversos casos, muito se investe na pessoa amada, tanto que o sujeito deixa de se reconhecer, não se imagina fazendo outra coisa que não ali com aquela pessoa... e de repente: é deixado! E agora? 

O final de um relacionamento é uma fase de luto, que não tem relação com a duração disso, mas sim com o quanto você investiu para que essa união ocorresse e o que então significaria esse término para você. É como aprender a andar sozinho novamente, a se (re)descobrir, pensar, fuçar, ir, ficar, voltar. 

Você já parou para se olhar? Tentar se recordar das coisas que gosta, onde é que estava a sua individualidade esse tempo todo? Há quanto tempo não faz algo que lhe dá prazer? Do que não gosta? 

Talvez essas sejam algumas perguntas para se fazer em relação a você, mas é importante que saiba que o processo é doloroso, é um rompimento, algo que já não está mais ali e que terá as suas fases, é como um luto, luto pelo amor perdido, por aquilo que se foi; pois algumas coisas suas se foram junto com a outra pessoa e é preciso que você sinta a dor, junte os caquinhos,para posteriormente seguir "em frente", ou enfrente? Há outra opção?

A terapia pode não ser a “resposta” pra sua pergunta, mas talvez seja um processo em que você seja convidado a mergulhar nas profundezas do “si mesmo”, vamos lá? 






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