Postado por Maria Izabela Brasil Antunes Magrinelli em 06/08/2024 09:01
A ansiedade é uma resposta natural mas complexa do sistema nervoso a situações percebidas como ameaçadoras, desafiadoras ou desconhecidas, tendo uma apreensão sobre o futuro. É uma emoção inerente à condição humana, desempenhando um papel adaptativo ao preparar o corpo para enfrentar desafios. No entanto, quando a ansiedade se torna persistente e intensa, extrapolando as demandas normais da vida cotidiana, pode evoluir para um transtorno de ansiedade
Os transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobias específicas e transtorno obsessivo-compulsivo, apresentam sintomas distintos, mas todos compartilham a ansiedade como característica central. Esses transtornos podem ser desencadeados por uma combinação de fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais, incluindo predisposição familiar, desequilíbrios em neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, e eventos traumáticos na vida.
O manejo clínico da ansiedade envolve uma abordagem multifacetada. A psicoterapia desempenha um papel fundamental, ajuda os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento ansiosos. Além disso, medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos podem ser prescritos para aliviar sintomas severos.
Mudanças no estilo de vida também são essenciais no tratamento da ansiedade. A prática regular de exercícios físicos, técnicas de relaxamento como mindfulness e meditação, e a promoção de um sono adequado são estratégias eficazes para reduzir os níveis de ansiedade e melhorar o bem-estar geral.
É crucial que os pacientes sejam educados sobre sua condição, compreendendo os sintomas, gatilhos e estratégias de enfrentamento. A conscientização sobre os transtornos de ansiedade e a busca por ajuda profissional são passos cruciais para uma gestão eficaz e sustentável dessas condições.
Em resumo, o tratamento da ansiedade requer uma abordagem integrativa e personalizada, adaptada às necessidades individuais de cada paciente. Ao combinar intervenções psicológicas, farmacológicas e mudanças no estilo de vida, é possível alcançar melhorias significativas na qualidade de vida e no bem-estar emocional das pessoas que enfrentam transtornos de ansiedade.
Ademais, uma breve explicação sobre cada tipo de ansiedade segundo o CID 10.
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) - É caracterizado por uma preocupação excessiva e persistente com uma variedade de eventos ou atividades. Indivíduos com TAG tendem a antecipar o pior cenário possível, mesmo em situações cotidianas. Os sintomas incluem inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e problemas para dormir.
Transtorno do Pânico - Neste ocorrem ataques de pânico inesperados e recorrentes. Estes são episódios intensos de medo, acompanhados por sintomas físicos como taquicardia, sudorese, tremores, falta de ar e sensação de perder o controle. A preocupação constante com a possibilidade de ter novos ataques pode levar a mudanças no comportamento para evitar situações desencadeadoras.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) - Envolve um medo intenso de ser julgado, criticado ou rejeitado em situações sociais. Isso pode levar a evitar encontros sociais, prejudicando significativamente a vida social e profissional da pessoa. Os sintomas incluem ansiedade antes de eventos sociais, autoconsciência excessiva, medo de humilhação e, em casos graves, ataques de pânico.
Fobia específica - É o medo fora do comum de algo “x”, como animais específicos, voar de avião, dirigir, etc. Geralmente as pessoas não admitem ter fobia, acham normal não gostar de algo, entretanto o elemento que produz o medo se torna um gatilho para a pessoa.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático - Embora não seja exclusivamente um transtorno de ansiedade, o TEPT envolve sintomas de ansiedade relacionados a experiências traumáticas passadas. Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, hipervigilância, evitação de gatilhos relacionados ao trauma e alterações no humor.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) - Neste, os indivíduos experimentam pensamentos intrusivos e persistentes (obsessões) que causam ansiedade. Para aliviar essa ansiedade, eles realizam comportamentos repetitivos e rituais (compulsões). Embora essas ações possam fornecer alívio temporário, o ciclo obsessivo-compulsivo pode interferir significativamente nas atividades diárias.
Transtorno de Ansiedade de Separação - Mais comum em crianças, o transtorno de ansiedade de separação envolve um medo excessivo de se separar de figuras de apego, como pais ou cuidadores. Isso pode se manifestar através de recusa em ficar sozinho, pesadelos sobre separação e preocupações constantes sobre a segurança dos entes queridos.