Postado por Maria Rita de Sousa Castilho Costa em 27/07/2025 22:01
Título: Lealdade Invisível – A Raiz Oculta da Ansiedade
Você já experimentou uma ansiedade constante, que parece não ter motivo? Às vezes, os gatilhos não estão no presente, mas sim em vínculos invisíveis que criamos com nossa história familiar. Esses vínculos são conhecidos como lealdades invisíveis — padrões emocionais inconscientes que carregamos como forma de fidelidade à nossa família de origem.
Na Terapia Familiar Sistêmica, a lealdade invisível é um conceito central. Ele representa os laços silenciosos que nos mantêm conectados aos sofrimentos, crenças e histórias não resolvidas de nossos pais, avós ou cuidadores. Por amor e pertencimento, tendemos a repetir dores e renúncias, mesmo sem perceber.
Um exemplo comum: um adulto sente culpa ao conquistar estabilidade financeira porque cresceu em um lar onde sempre houve escassez. Inconscientemente, acredita que ser próspero é “trair” sua origem. Em outro caso, alguém evita relacionamentos saudáveis porque, ao crescer, viu a mãe sofrer por amor — e agora, sem perceber, repete o mesmo padrão como forma de manter uma identificação com ela.
Essas fidelidades silenciosas geram uma pressão interna constante, que se manifesta como ansiedade, insônia, irritação, medo de errar, necessidade de agradar ou uma sensação difusa de inadequação. O corpo e a mente se tornam vigilantes, como se estivessem sempre tentando “equilibrar a balança” familiar.
O mais desafiador é que essas dinâmicas atuam de forma inconsciente. Não percebemos que estamos vivendo a partir de pactos emocionais invisíveis. No entanto, quando trazemos isso à consciência, iniciamos um processo de cura profundo.
A psicoterapia, especialmente com abordagem sistêmica, pode ajudar a identificar essas lealdades. Através do diálogo terapêutico, exercícios vivenciais e, em alguns casos, técnicas como o genograma ou as constelações familiares, o paciente começa a diferenciar o que realmente lhe pertence daquilo que está repetindo por lealdade.
Libertar-se dessas amarras não significa abandonar sua família, mas sim criar um novo tipo de vínculo — baseado em honra, e não em dor. É possível amar sua origem sem precisar carregar seus pesos. A verdadeira fidelidade se manifesta quando honramos quem veio antes ao nos permitirmos viver de forma plena e saudável.
Se você sente que sua ansiedade pode ter raízes mais profundas do que aparenta, talvez seja hora de investigar sua história familiar com carinho e coragem. O passado não precisa ditar seu presente.
Se deseja compreender e ressignificar essas lealdades, estou aqui para ajudar nesse processo terapêutico. Entre em contato.
Psicóloga Ma.Rita Castilho
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