Postado por Viviane Azevedo Figueiredo em 01/09/2025 08:06
No artigo anterior, falamos sobre como a solidão pode pesar na alma, mesmo quando estamos cercados de pessoas. Hoje quero te convidar a dar um passo além e refletir: como podemos transformar esse silêncio em novos encontros, em vida que volta a pulsar?
Para isso, vou te contar a história de Ana (nome fictício).
Ana tinha uma rotina cheia, mas se sentia vazia. Trabalhava muito, estava sempre conectada às redes sociais, mas no fundo sentia que ninguém realmente a enxergava. Depois de uma perda importante, esse vazio aumentou, e ela começou a acreditar que não tinha mais lugar em nenhum espaço.
Aos poucos, a solidão foi trazendo um peso físico: noites mal dormidas, falta de energia, dificuldade de se concentrar. Ela até sorria para os outros, mas por dentro o silêncio gritava.
Foi então que, em meio a esse turbilhão, Ana decidiu buscar ajuda. No início, achava que não teria muito a dizer, mas logo percebeu que na terapia encontrou algo precioso: um espaço seguro para ser ouvida, sem julgamentos.
Ali, com o olhar sistêmico, Ana começou a entender que aquela solidão não era apenas dela. Era também resultado de vínculos interrompidos, de histórias familiares que carregava sem perceber e de relações que já não faziam mais sentido, ao compreender essas conexões, conseguiu ressignificar suas experiências e abrir espaço para novas formas de se relacionar.
O processo não foi rápido nem fácil, mas aos poucos Ana foi redescobrindo a própria força. Aprendeu a valorizar pequenos momentos, reconstruiu vínculos mais saudáveis e, principalmente, voltou a se sentir pertencente.
A história de Ana pode ser também a de muitas pessoas, talvez até um pouco da sua. Porque todos, em algum momento da vida, podem sentir esse vazio. O que faz a diferença é não caminhar sozinho nessa jornada.
A solidão é um estado subjetivo. Não significa apenas estar sem companhia, mas sim sentir-se desconectado, não visto ou não compreendido. Uma pessoa pode estar rodeada de familiares, colegas ou amigos e ainda assim sentir uma profunda solidão.
Esse sentimento é natural em alguns momentos da vida, mas quando se prolonga pode se tornar um fator de risco para a saúde mental e física. A solidão crônica está associada a quadros de ansiedade, depressão, queda da autoestima e até sintomas no corpo, como insônia, dores frequentes e baixa imunidade.
Do ponto de vista emocional, a solidão pode ser vivida como uma sensação de “não pertencimento”, como se não houvesse lugar no mundo para aquela pessoa. Esse sentimento pode ter raízes profundas na infância, em situações de perda, rejeição ou falta de acolhimento.
Na psicologia sistêmica, entendemos que não somos seres isolados: estamos inseridos em redes de relações como família, amigos, trabalho e comunidade. Quando essas conexões se rompem ou se tornam frágeis, a solidão aparece.
Muitas vezes, ela não é apenas sobre o presente, pode refletir vínculos interrompidos em gerações anteriores, histórias familiares não ditas, silêncios que atravessam o tempo. Carregamos, sem perceber, lealdades inconscientes que nos fazem repetir padrões de afastamento, exclusão ou isolamento.
Ao trazer essas histórias para a consciência, conseguimos enxergar que a solidão não é uma falha pessoal, mas sim parte de uma trama maior. E é justamente aí que o processo terapêutico se torna transformador: permite ressignificar a relação com esses vínculos, encontrar novas formas de pertencer e se reconectar consigo e com o outro.
É importante destacar que estar só não é o mesmo que sentir-se só.
Estar só pode ser uma escolha saudável, um momento de introspecção, descanso e autoconhecimento.
Já sentir-se só, mesmo em meio a outros, costuma estar ligado à falta de vínculos afetivos significativos e ao vazio interno que dói.
Aprender a diferenciar esses estados ajuda a compreender a si mesmo e a buscar formas mais saudáveis de viver as próprias relações.
A reconexão não acontece de forma instantânea. É um processo que envolve:
Olhar para si – reconhecer emoções, limites e necessidades.
Entender suas histórias – compreender de onde vêm os sentimentos de vazio ou afastamento.
Cuidar dos vínculos – investir em relações saudáveis, onde exista reciprocidade.
Dar passos pequenos – abrir-se novamente para o contato humano, seja em conversas simples, grupos, novos ambientes ou retomando laços importantes.
Buscar apoio profissional – na terapia, é possível se sentir verdadeiramente ouvido, acolhido e acompanhado nessa jornada.
Buscar ajuda é um ato de coragem e de amor próprio, a terapia pode ser o primeiro passo para abrir espaço a novas possibilidades.
Se a solidão tem batido à sua porta, saiba que é possível transformá-la em reconexão, em vida compartilhada e em encontros que nutrem a alma.
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Estarei aqui para caminhar ao seu lado.
Viviane Figueiredo - Psicóloga
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