Há coisas que a gente só entende quando dói. Não é por falta de aviso, de conselhos, nem de exemplos — é pela dor mesmo. O crescimento emocional, pessoal, profissional ou até espiritual é uma estrada cheia de curvas. Mas o que pouca gente te conta é que não crescer também dói. Ficar parado, congelado no mesmo lugar, sufocado por medos e dúvidas... isso também cobra um preço, e às vezes um preço alto.

      Crescer dói porque exige mudança. E mudar, neurologicamente falando, demanda esforço: nosso cérebro não gosta de gastar energia à toa. Ele prefere o conhecido, o automático, o previsível — mesmo que isso signifique ficar em situações ruins. Já percebeu como é difícil sair de um relacionamento tóxico, mesmo sabendo que ele te faz mal? Ou largar um emprego que te esgota, mas que te dá um "mínimo de segurança"? Pois é. Porque o cérebro busca sobrevivência antes de buscar felicidade.

      Mas estagnar é uma forma lenta de sofrimento. Quando não crescemos, vamos, aos poucos, nos distanciando da nossa essência. Vamos sufocando vontades, engolindo frustrações, silenciando desejos. E essa anestesia emocional não nos protege — ela nos adoece. Ansiedade, insônia, gastrite, crises de pânico, apatia... muitas vezes são gritos do corpo avisando: “Você parou de crescer. E isso está te machucando”.

      Você não precisa estar no fundo do poço para buscar mudança. Mas é importante entender que mudar dói porque envolve perda: você perde a versão antiga de si mesmo. Perde algumas crenças, algumas companhias, alguns caminhos. E o luto por essas perdas é real. Só que do outro lado do luto, tem um alívio: o alívio de respirar sem fingir, de viver sem disfarçar, de acordar com sentido.

      Ficar parado, por outro lado, é mais fácil no curto prazo. Dá a sensação de controle. Mas, com o tempo, vem a sensação de vazio, de desperdício, de angústia. E aí a dor se instala — não mais como um sinal de alerta, mas como rotina. Você se acostuma com ela, até esquecer que poderia viver diferente.

     Se você sente que está estagnado, que está sempre se repetindo, talvez essa dor que sente não seja o fim do mundo — talvez seja só o começo de um novo ciclo. Talvez a vida esteja te cutucando, com carinho e brutalidade, para lembrar: "tem mais de você aí dentro, e está na hora de descobrir".

     A verdade é que crescer não é sobre virar outra pessoa — é sobre virar você mesmo, com mais consciência, mais presença e mais verdade. E isso exige coragem. Mas coragem não é ausência de medo — é o movimento mesmo com medo. E quando você se movimenta, a vida te acompanha.

     A terapia é esse espaço de movimento. Um lugar onde você pode se ouvir de verdade, entender seus ciclos, ressignificar suas dores e criar novas possibilidades. Não é mágica — é ciência, vínculo e escuta. E é profundamente transformador. Crescer dói, sim. Mas fazer isso acompanhado faz toda diferença.

     Se esse texto falou com você, talvez seja hora de dar um passo. E se precisar de alguém pra caminhar junto nesse processo, meu consultório está de portas abertas — online, acolhedor, e pronto para te escutar!

Psicólogo Diego do Nascimento Souza

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