Erro

Compaixão: os benefícios de desenvolver um olhar compassivo ao outro

Postado por Letícia Proferi Toscano em 15/03/2024 14:51


Compaixão é a capacidade de compreender o estado emocional de outra pessoa ou de si mesmo. Muitas vezes confundida com a empatia, a compaixão tem o elemento adicional de ter um desejo de aliviar ou reduzir o sofrimento do outro. 

Ter compaixão por alguém envolve mais do que colocar-se em seu lugar e genuinamente querer compreendê-lo ou mesmo ajudá-lo. Envolve começar a ter uma perspectiva totalmente diferente quando se trata de como você percebe os outros.

Com o passar de nossa vida, vamos desenvolvendo milhares de relações cada vez mais viciadas. Olhamos aos outros e a nós mesmos sempre a partir de perspectivas restritas. E, muitas vezes, danosas: minha mãe é sempre minha mãe, meu irmão sempre meu irmão, meu namorado, meu ex, meu amigo, meu inimigo. Todas as suas manifestações são julgadas a partir disso, fechadas em condições construídas por nós. 

Acabamos esquecendo de reconhecer o outro como um ser livre e complexo, tão único e cheio de experiências como nós. Quando não prendemos as pessoas em nossas cápsulas mentais, nos roteiros que criamos diariamente com elas mesmo que elas não estejam presentes, damos liberdade para um maior cuidado. O olhar mais amplo, que libera nós e os outros das dores e sofrimentos, é o olhar da compaixão.

Ter compaixão é justamente dar essa liberdade para o sentimento nosso e dos outros. Criar empatia pelas vivências das pessoas incondicionalmente e indo além, buscando por maneiras de ajudá-las. 

Etimologicamente, a palavra compaixão tem origem no latim compassionis, que significa “sentimento comum” ou “união de sentimentos”. A compaixão, essa junção nossa com o sentimento do outro, leva automaticamente à solidariedade, ao altruísmo, ações essenciais para a existência e sobrevivência da humanidade. 

Isso independe das condições, não se trata de gostar ou não de alguém. Não é preciso passar a gostar de alguém para ter compaixão. É preciso sentir e fazer o bem com todos, mesmo com aqueles que nos trazem sentimentos negativos. Essa característica, chamada de equanimidade ou imparcialidade, é uma das mais fundamentais dentro de atos compassivos. 

“Lembre-se que nenhum de nós pode estar o tempo todo com as pessoas que gostamos, e então, quando você estiver com pessoas das quais realmente não gosta, tente focar sua mente em pensamentos bons, ainda que pareçam fracos, falsos ou hipócritas. Lembre-se que sua reação aos outros é meramente a sua própria interpretação sobre o que eles são, e tente se colocar no lugar das pessoas que te incomodam. Lembre, eles se sentem tão paranóicos quanto você, e estão igualmente dominados por suas emoções poderosas.”

Um dos exercícios para treinar essa compaixão é a construção de um caderno de seres. Pense por um momento em todas as pessoas que você já conheceu na vida. São muitas, não são? Quando você lembra delas, parte de alguma condição sua? Por exemplo: minha mãe, meu amigo de escola, meu colega de trabalho, o frentista do posto que frequento, a atendente do consultório, minha médica? Qual o nome de cada uma dessas pessoas, independente da relação delas com você? Quem elas são?

Pegue um papel e uma caneta e comece a anotar todos os nomes das pessoas que já passaram por sua vida. Nesse momento, você vai perceber que logo abaixo do nome do seu pai, por exemplo, pode estar o nome de um vizinho do qual você mal tem contato ou da diarista que limpa que sua casa. Quando fazemos isso, percebemos que não precisamos dar mais ou menos importância para ninguém. Podemos ser o melhor de nós mesmos para todos, ver todos os seres com compaixão.
 

combinado?






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