Postado por Diego do Nascimento Souza em 10/07/2025 10:21
A dor da traição é uma das experiências emocionais mais intensas e devastadoras que alguém pode viver. Não é apenas sobre perder alguém, mas sobre perder a confiança, a segurança e a ideia que se tinha de uma relação. É um rompimento que não afeta apenas o vínculo com o outro, mas com nós mesmos. A pergunta que ecoa, muitas vezes em silêncio, é: como seguir em frente depois disso?
Quando somos traídos, sentimos como se tivéssemos sido arrancados de dentro da nossa própria história. A memória se embaralha, os momentos bons se misturam com a ferida atual, e o cérebro começa a fazer aquilo que ele mais sabe: buscar explicações, revisitar cenas, procurar sinais. A mente entra em um ciclo exaustivo de tentativas de entendimento que raramente trazem paz.
É importante compreender que a dor da traição não é apenas sobre o outro. Ela revela camadas profundas do nosso eu: inseguranças, idealizações e medos antigos. Sentimos raiva, tristeza, culpa e vergonha — tudo ao mesmo tempo. E é aí que mora o perigo: começar a achar que o erro do outro diz algo sobre o nosso valor.
Traição não é sentença. É ruptura. Mas toda ruptura traz, junto com a dor, a chance de reorganizar o que estava silenciosamente desajustado. Isso não significa justificar o que foi feito. Significa entender que a forma como reagimos ao que nos machuca diz muito sobre o caminho que estamos construindo depois da queda.
A reconstrução começa quando paramos de buscar todas as respostas lá fora e começamos a olhar com coragem para dentro. O que essa dor está tentando me dizer? Quais partes de mim estão gritando por atenção, respeito e cuidado? Lidar com a dor da traição é, acima de tudo, um processo de reconexão consigo mesmo(a).
Nenhum caminho é igual ao outro. Para algumas pessoas, perdoar é possível. Para outras, é necessário ir embora para se proteger. E tudo bem. O mais importante é que a escolha seja feita a partir de um lugar de lucidez emocional — e não da impulsividade ou da mágoa mal elaborada.
A traição dói, sim. Mas ela não precisa definir o resto da sua história. Pode ser o ponto de virada para uma nova fase de amadurecimento, onde você aprende a colocar limites mais saudáveis, a escutar seus sentimentos com mais gentileza e a se amar com mais consciência.
Você não precisa passar por isso sozinho(a). A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para atravessar esse momento com mais leveza, clareza e dignidade emocional. Não se trata de apagar a dor, mas de aprender a caminhar com ela até que ela não pese mais tanto!
Se este texto fez sentido para você e você sente que precisa de ajuda para ressignificar essa dor, estou à disposição para te acompanhar neste processo.
Diego do Nascimento Souza
Psicólogo clínico | CRP 19/003070
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