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Relacionamento abusivo: 10 sinais de que você pode estar em um

Postado por Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira em 07/06/2024 11:19


Você sabe o que é um relacionamento abusivo? Saberia identificar se alguém próximo (ou você mesma) está em um? Estar em um relacionamento abusivo não quer dizer, necessariamente, apanhar. Muitas vezes, a violência toma outras formas, como a violência psicológica, sexual e financeira. Elas são muito mais sutis que a agressão física e, por isso mesmo, mais difíceis de identificar. É importante saber que a violência pode acontecer em qualquer relação, hétero ou homossexual. Trata-se de uma questão de poder. Mas, como é mais comum em relações entre homem e mulher, usaremos o masculino para definir o abusador nesse texto.

A seguir, listarei os principais sinais de uma relação abusiva. Se algum deles está presente na sua relação, fique atenta e peça ajuda: Ligue para o 180, a Central de Atendimento à Mulher, que funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, ou procure uma Delegacia da Mulher. 

1. Ciúme excessivo
Com a justificava de “amar demais” o ciúme deixa de ser normal e vira justificativa para o controle. É normal que uma pessoa sinta medo de perder aquela que ama. Mas quando isso passa a virar argumento para controlar a tomada de decisão do outro, agressões, ofensas ou invasão de privacidade, é excessivo. 

2. Controle
“Porque eu te amo demais” ou “é para o seu bem” são frases comuns usadas pelo abusador para controlar a outra pessoa. O controle acontece quando ele começa a decidir o que a outra pessoa pode ou não fazer. Que roupas vestir, onde pode ir, quais atividades fazer e até, em casos mais extremos, que trabalhos a outra pessoa pode ou não ter.

3. Invasão de privacidade
Por mais que sejam parte de um casal, as pessoas devem ter privacidade e individualidade. Em um relacionamento abusivo, é comum que o abusador não respeite o espaço individual da outra parte. Roubar senhas, mexer no celular, ler e-mails e mensagens, instalar programas de rastreamento. Tudo isso é invasão de privacidade. Ela pode acontecer em segredo, sem que o outro saiba, ou ser aberta, com a justificativa de que “quem ama não tem nada a esconder”. Mas não permitir que o outro tenha um espaço só seu, na verdade, é demonstração de falta de confiança.

4. Afastamento de outras pessoas 

As justificativas podem ser muitas: fulano é má influência, ciclano dá em cima de você, não gosto daquela pessoa, aquela outra me trata mal. O fato é que ele vai exigindo que a companheira se afaste das pessoas mais próximas. O objetivo é que você passe a depender somente dele.

5. Chantagem/ Usar os filhos em chantagem
A manipulação é uma ferramenta central no relacionamento abusivo. Se a parceira não aceita de forma pacífica do que é cobrada, o abusador costuma, então, usar de chantagem para conseguir o que quer. Seja dizendo que vai ficar doente ou vai se matar se a companheira não fizer algo, seja ameaçando terminar o relacionamento. A chave é saber o que mexe com a parceira e usar disso para manipulá-la. Quando o casal tem filhos, as coisas ficam mais complicadas. No relacionamento abusivo, a pessoa usa os filhos como ferramenta de chantagem. Ao invés de se preocupar com o bem-estar das crianças, é comum que o abusador as use como chantagem para conseguir o que quer.

6. Destruição da autoestima e Invalidação de sentimentos
Se no começo da relação a pessoa era incrível para a outra, aos poucos isso vai mudando. A mudança começam com “críticas construtivas”, que vão se tornando cada vez mais comuns e pesadas. Sem perceber, a vítima vai perdendo a autoestima até o ponto de achar que é alguém tão ruim que nenhuma outra pessoa vai amá-la se essa relação terminar. A parte abusadora da relação vai dizer que aquilo que o outro sente é besteira ou não é nada. Toda vez que você invalida o sentimento, você condiciona a pessoa a não falar nada e a achar que o que sente é bobagem. Assim, o medo, a dor e a tristeza de estar passando pelo abuso passam a ser enxergados como besteira pela própria vítima, fazendo com que ela permaneça no relacionamento abusivo, mesmo infeliz.

7. Falta de diálogo sobre dinheiro
Não é fácil conversar sobre dinheiro. Mas a falta de diálogo abre espaço para que uma das partes da relação abuse financeiramente da outra. Por exemplo, se a mulher para de trabalhar para cuidar dos filhos, a dinâmica financeira da família precisa ser combinada antes. Assim, ela vai ter condições de sair da relação se precisar. No relacionamento abusivo, a falta de diálogo é usada para levar o outro à dependência econômica.

8. Controle financeiro
É comum nas relações abusivas que uma das pessoas controle todo o dinheiro do casal e, por isso, passe a controlar também as atividades da outra. Quando uma tem que pedir dinheiro para tudo, passa a existir espaço para que a outra pessoa negue e, assim, decida o que a companheira pode ou não fazer. Dentro de um relacionamento, a forma como o dinheiro vai ser usado deveria ser decidida em acordo. Os recursos são dos dois? Quem decide quanto gastar ou quanto poupar? São questões respondidas em conjunto. No entanto, nas relações abusivas pode acontecer de uma das pessoas fazer compras ou investimentos com o dinheiro do casal sem consultar o outro. O resultado é que o outro pode ficar sem recursos e nem saber.  

 9. Exigir relação sexual
O estupro dentro de relacionamentos não é raro. Se o sexo é forçado, é estupro. E isso nem sempre acontece de forma explícita: não respeitar a vontade da outra pessoa, chantagear ou fazer ameaças para ter uma relação também são formas de abuso.

10. Ameaças e violência física
Quando a relação abusiva já está avançada, ameaças se tornam comuns. Elas podem ser dos mais diferentes tipos: tirar o dinheiro, sumir com os filhos, agressões e até ameaças de morte. A fala de que ‘cão que late não morde’ é muito perigosa. No caso das relações abusivas, em geral as ameaças são o principal indício de que a violência física vai chegar a acontecer. Elas são sinal de que o agressor está criando coragem. Ela também é gradual. Começa com empurrões ou apertões e vai crescendo com o passar do tempo. Em casos extremos, a violência chega ao ponto do assassinato. 

Refletir sobre esse sinais é de extrema importância para reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo. É essencial estar atento a comportamentos que podem parecer inofensivos à primeira vista, mas que, quando somados, revelam um padrão de abuso. Identificar esses sinais é o primeiro passo para a libertação e o início de um caminho de cura.

Buscar ajuda é uma atitude corajosa e necessária. É vital lembrar que ninguém precisa enfrentar essa situação sozinho. Conversar com amigos, familiares e, principalmente, procurar orientação profissional pode fazer toda a diferença. O processo de psicoterapia é fundamental para compreender as dinâmicas do abuso, recuperar a autoestima e desenvolver estratégias para reconstruir a vida com autonomia e segurança.

Se você ou alguém que você conhece está passando por um relacionamento abusivo, não hesite em buscar apoio. Estou à disposição para oferecer suporte profissional e orientação nesse processo de transformação. Através da psicoterapia, podemos juntos construir um caminho para um futuro livre de violências. Você merece ficar bem!

 

Tayhana Queiroz
Psicóloga clínica, CRP 11/21399

Instagram: tayhanaqueiroz.psi

contato: (85)987372142






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