Postado por Maria Izabela Brasil Antunes Magrinelli em 02/10/2024 16:54
Desde os primórdios da história, as pessoas com deficiências, sejam físicas, mentais, visuais ou de outra natureza, foram frequentemente vistas como inferiores. Essa visão distorcida resultou em práticas cruéis, como a exclusão ou até mesmo o abandono em situações extremas, como acontecia na Grécia antiga. A luta pela sobrevivência e pela dignidade dessas pessoas sempre foi necessária.
Com o passar do tempo, surgiram áreas como a psicologia e a medicina, que, de maneira multidisciplinar, buscam promover a inclusão. O objetivo é adaptar tanto o indivíduo ao ambiente quanto o ambiente à pessoa, evitando a segregação e promovendo a verdadeira inclusão social.
No âmbito da psicologia, o profissional deve estar em constante aprendizado sobre as diversas deficiências e sobre como se relacionar com pessoas que as possuem. Cada deficiência é única, e não é possível equiparar, por exemplo, uma deficiência visual a uma deficiência intelectual. Além disso, cada indivíduo tem suas singularidades, e a compreensão dessas diferenças é fundamental para um trabalho eficaz.
Como destacado por Dalcín e Santos (2019), o psicólogo escolar e educacional desempenha um papel crucial como agente de mudança no processo de inclusão escolar. As intervenções do psicólogo podem ter um impacto positivo significativo na experiência educacional de alunos com deficiência. Portanto, é essencial que haja um número maior de estudos que possam fornecer orientações e embasamento para práticas de inclusão escolar.
O psicólogo realiza diversas atividades, incluindo a elaboração de laudos, escuta ativa, orientação individual e em grupo, intervenções em sala de aula, e projetos de formação para professores. Além disso, o profissional lida com demandas comportamentais, acadêmicas e familiares, atuando de maneira integrada com a equipe pedagógica.
A colaboração com professores é fundamental, e essa atuação deve ser realizada de forma multidisciplinar. É esperado que exista uma rede de apoio para promover o desenvolvimento do aluno. O trabalho do psicólogo com educadores não apenas favorece a evolução do aluno, mas também pode levar a mudanças atitudinais entre os professores, reduzindo a necessidade de encaminhamentos ao Serviço de Psicologia Escolar. Muitas questões podem ser resolvidas dentro do próprio ambiente escolar.
É importante ressaltar que, na prática, há desafios e contradições no sistema educacional. As dinâmicas interpessoais são complexas, e o psicólogo precisa ter habilidade para gerenciar essas relações e lidar com as nuances do cotidiano escolar.
Pesquisas na área da inclusão são extremamente valiosas, pois fornecem informações essenciais que podem ser corroboradas ou questionadas por estudos realizados em diferentes contextos culturais e temporais. A base científica é fundamental, especialmente em situações onde a prática é limitada. Isso ajuda profissionais que estão iniciando suas carreiras ou que enfrentam dúvidas, proporcionando diretrizes e evitando erros comuns ao trabalhar com pessoas com deficiência.
DALCIN, Larissa; SANTOS, Rejane Rosaria Grecco Dos; - O PAPEL DO PSICÓLOGO NA INCLUSÃO ESCOLAR: DA TEORIA PARA A PRÁTICA - Unijuí, outubro de 2019.