Erro

“É Assim Que Acaba”: Quando o amor machuca e a alma pede um recomeço

Postado por Viviane Azevedo Figueiredo em 30/07/2025 13:54


Assistir ao filme, “É Assim Que Acaba”, é como olhar para um espelho que, às vezes, preferimos evitar. A história de Lily Bloom, com sua força e fragilidade, representa tantas mulheres que, mesmo sendo inteligentes, independentes e cheias de sonhos, se veem presas a relações que machucam.

E aqui, não falo apenas de violência física, que é grave e inaceitável, mas também daquela que não deixa marcas visíveis: o controle, a manipulação, as palavras que diminuem, os silêncios que afastam.

Por que é tão difícil sair?

Entendemos que nossas escolhas amorosas não acontecem por acaso. Muitas vezes, carregamos histórias e padrões familiares que moldam a forma como amamos e como permitimos ser amadas.
Lily, por exemplo, cresceu vendo a mãe sofrer violência doméstica. Na tentativa de “não repetir” a história, acabou, sem perceber, entrando no mesmo ciclo. Isso não é fraqueza, é um reflexo das lealdades invisíveis que temos à nossa família de origem.

Quando crescemos assistindo a certos comportamentos, nosso inconsciente entende que aquilo é “normal” ou “aceitável”, e mesmo que conscientemente desejemos algo diferente, acabamos repetindo, até o momento que decidimos romper o ciclo.

O rompimento como luto

Encerrar uma relação abusiva não é apenas ir embora, é viver um processo de luto pelo parceiro idealizado, pela história que se sonhou, pelo felizes para sempre que não aconteceu, é também enfrentar medos como o de ficar sozinha, de não ser amada de novo, de não saber quem se é fora daquela relação.

Na terapia, olhamos para esse rompimento não como fracasso, mas como um ato profundo de amor próprio e coragem.

Quando a personagem se torna a gente

Talvez, enquanto assiste ao filme, você perceba algo dentro de si:

* Uma cena que lembra sua relação atual ou passada.
* Uma frase que ecoa na sua memória.
* Uma sensação de estar vivendo algo parecido, mas tentando se convencer de que não é tão grave assim.

Se isso acontecer, respire fundo e se pergunte: O que a Lily de dentro de mim precisa ouvir para se libertar?

O papel da terapia

A terapia ajuda a enxergar a história por inteiro: o que vem da família, o que é seu, o que pertence ao outro. É um espaço seguro para reorganizar os sentimentos, fortalecer a autoestima e construir novas formas de se relacionar.

Porque recomeçar é possível e, muitas vezes, o primeiro passo é pedir ajuda.

Se você se identificou com a Lily, saiba que não está sozinha.
A terapia pode ser o espaço onde você vai reencontrar sua voz, seu valor e seu direito de viver relações saudáveis. O amor verdadeiro nunca machuca.


 






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