Postado por Flavia Franciny Costa Rojas em 06/07/2022 16:34
Nem sempre as suas escolhas seguirão com base no que é ideal, mas sim em uma estratégia de reduzir danos.
Você já parou para pensar na serie de decisões que você adiou pelo medo de fazer uma escolha errada ou porque as opções não eram exatamente do jeito que você gostaria?
As vezes nos apegamos as circunstâncias ideias e sofremos porque nossa vida não está tomando o rumo que gostaríamos. Em dado momento as coisas sairam dos trilhos e parece que nenhum comando é o suficiente para que tudo volte ao normal. Entretanto, esse desejo que tudo volte ao normal é o que de fato nos trava a fazer alguma coisa e sair do lugar. O ideal de retorno a um passado ou a mudança para uma situação perfeita sem riscos ou sofrimento acaba alimentando uma ilusão. Na vida real o contexto de vida apresenta problemas mais delicados e complexos, e muitas vezes ficamos perdidos sem saber para qual lado ir.
De fato não existe formula mágica para lidar com isso, entretanto, duas reflexões podem ser importantes nesses casos, que são "dentro na realidade atual, o que está dentro das minhas possibilidades fazer?" e "o que, dentro dessa situação que por si só já ruim, eu posso fazer e que vai trazer menos prejuízos a longo prazo?". É sempre importante pensarmos naquilo que de fato está dentro de nossas possibilidades e o que é melhor a longo prazo. Frequentemente optamos por coisas que nos trazem bem-estar momentâneo, mas que são muito frágeis para se sustentarem ao longo do tempo.
Aquilo que podemos fazer por nós em uma situação diz tanto sobre nossas responsabilidades quanto sobre potencialidades e limitações.
Quando nos apegamos a planos ideais ficamos pouco flexíveis aos empecilhos que surgem e consequentemente mais vulneráveis a eles. Assim como não vemos as coisas ao redor como ferramentas ou oportunidades.
Reduzir danos é olhar para aquilo que é possível ser feito, ainda que gostaríamos que a situação fosse outra, é traçar planos que sejam sustentáveis a longo prazo e ao mesmo tempo se fortalecer emocionalmente para sustentar os dias em que a vontade de seguir o plano possa não vir. A vida não segue uma linearidade e nem planos perfeitos, podemos olhar pra isso e remoer nosso azar pensando em uma realidade paralela ou fazer o que é possível com aquilo que temos. Ao invés de passar a vida adiando decisões, nos acolher e entender que fazer escolhas não é fácil e que não precisamos acertar sempre. Nem sempre tomar boas decisões diz sobre acertar ou ter uma única alternativa correta, mas de nos colocarmos em movimento e sair do medo.
Psicóloga Flávia Costa
Pós-graduanda em Asistência a usuários de álcool e outras drogas - Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Instagram: costa.flaviaf
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