Erro

“Por que eu sempre me coloco em último plano?”

Postado por Diego do Nascimento Souza em 02/06/2025 10:35


“Por que eu sempre me coloco em último plano?”

     Essa pergunta, aparentemente simples, carrega um mundo de complexidades. Ela surge em pessoas que vivem o tempo inteiro para agradar os outros, que evitam conflitos a qualquer custo e que, mesmo exaustas, continuam sorrindo. Mas o preço disso é alto: cansaço crônico, tristeza silenciosa e uma sensação constante de invisibilidade. A autossabotagem, nesses casos, não é uma escolha consciente — é quase um programa mental que se repete sem que a pessoa perceba.

     Ao longo da vida, muitas pessoas aprendem, direta ou indiretamente, que se priorizar é ser egoísta. Isso vem da cultura, da educação, da religião e, claro, das primeiras experiências afetivas. Quem cresceu ouvindo que “não pode dizer não” ou que “o certo é ceder sempre para manter a paz” desenvolve um padrão perigoso: o de se anular. A autossabotagem não começa no hoje. Ela é construída como um hábito emocional silencioso, moldado por crenças antigas e experiências mal resolvidas.

     Esse comportamento também está diretamente ligado à baixa autoestima. Quem não se sente suficiente começa a acreditar que só será aceito se estiver sempre disponível, se nunca incomodar, se abrir mão dos próprios desejos. A pessoa vira especialista em se abandonar — e o faz com uma competência cruel. Ela se convence de que o amor precisa ser comprado com esforço, sacrifício e obediência. Só que isso, com o tempo, mina qualquer senso de valor próprio.

     Há ainda um fator importante: o medo da rejeição. Muitos evitam se priorizar porque têm pavor de desagradar. O pensamento inconsciente é mais ou menos assim: “Se eu disser o que quero, vão me deixar. Se eu me impor, não vão me amar.” E então o ciclo recomeça: silenciar-se, ceder, carregar o mundo nas costas, explodir internamente, depois pedir desculpas por sentir. Essa é uma prisão emocional com aparência de bondade, mas que na verdade esconde dor e solidão.

     A psicologia nos mostra que aprender a se priorizar não é um ato de egoísmo, mas de saúde mental. Quando alguém se escuta, se cuida e estabelece limites, não está sendo duro com os outros — está apenas sendo justo consigo. E, curiosamente, quem se respeita inspira respeito. Ao contrário do que muitos temem, se posicionar com firmeza e respeito aproxima — e não afasta — as relações mais saudáveis.

     Reverter esse padrão de autossabotagem exige coragem e ajuda profissional. É um processo de reconstrução da própria identidade, onde a pessoa passa a se enxergar com mais compaixão e clareza. Não se trata de virar alguém “duro” ou “indiferente”, mas de se tornar alguém que se inclui na própria vida. Porque ninguém consegue cuidar bem dos outros se estiver se destruindo por dentro. E, sim, é possível aprender a se colocar em primeiro plano sem perder o amor, a empatia ou a sensibilidade.

      Se você se identificou com esse texto, talvez esteja na hora de olhar com mais carinho para si mesmo. A psicoterapia pode ser esse ponto de virada: o momento em que você deixa de se colocar em último plano e começa, finalmente, a construir uma vida onde também cabe você. E eu posso te ajudar nesse processo!

WhatsApp: (79) 9 9893 3474

 






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