Postado por Elizama Silva Dias de Oliveira em 07/03/2021 23:46
Temos a tendência de analisar a COMPARAÇÃO com um vies ambivalente e cheio de rótulos de certo, errado, bom ou ruim, superior e inferior... E outros extremos. Tanto que culturalmente sempre ouvimos "não devemos comparar".
Pensando na tendência à rotulação, comparar realmente não teria nenhum proveito além de superestimar ou submestimar o outro e você mesmo.
Mas é necessário ampliarmos nossos pensamentos diante da compreensão do que é COMPARAÇÃO... Comparar significa "examinar alguma coisa, juntamente com outra, buscando estabelecer semelhanças, diferenças, conexões ou relações entre elas".
Dessa forma, o problema em si não é a comparação ( João faz assim, Felipe faz assado/ Maria gosta disso, Julia gosta daquilo/ Pedro pensa assim, já Beatriz pensa diferente/ Tanto Fernando quanto Rodrigo tem a característica X)...
O problema é:
????COMO VOCÊ FAZ A COMPARAÇÃO. Por exemplo, sem analisar o contexto de cada pessoa, sua história de vida, experiências...
????COMO VOCÊ LIDA COM AS DIFERENÇAS e SINGULARIDADES HUMANAS ou de outras coisas.
???? Você pensar que o outro tem que ser e agir como VOCÊ ESPERA.
???? Você achar que seres humanos podem ser igualados.
???? Você pensar que existe um ideal de perfeição ou o "topo da felicidade" e que alguns chegaram lá e você não.
Você sabia que nosso cérebro é programado para comparar e é uma habilidade cognitiva importante em vários aspectos?
* Nos permite fazer ESCOLHAS de acordo com nossa necessidade e valores. (Ex: "deixa eu comparar as duas empresas para escolher onde trabalhar")
* Nos permite perceber os modelos de COMPORTAMENTOS ADAPTATIVOS e DESADAPTATIVOS (de pessoas da mesma idade, pais, professores, pessoas de referência...) e nos engajarmos em comportamentos que queremos ou não na nossa vida, levando em consideração nossa individualidade. ( Ex: observando fulano, percebo que ele usa a estratégia x para alcançar y, vou testar como posso aplicar na minha vida)
Somos seres sociais e temos portanto a COGNIÇÃO SOCIAL, que nos permite perceber o outro, refletir, interpretar e agir no contexto social.
Se comparar não é coisa das redes sociais ou do mundo de hoje. Vemos relatos históricos de comparações desde os primeiros povos.
É fato que as redes sociais potencializam comparações injustas, pois traz muitas vezes a imagem de perfeição e traz recortes somente de momentos bons.
Se não HOUVER um SENSO CRÍTICO aguçado sobre os NOSSOS PENSAMENTOS, a comparação poderá ser injusta, prejudicial e muito cruel.
?Não determine o valor do outro ou o seu valor com base em aparência, em títulos ou no "recorte da história de alguém ou sua".
?Se você reconhece sua história, seu valor, sabe qual vida quer ter e como quer ser e tem se esforçado para dar os seus pequenos passos ... a comparação poderá ser usada para o seu bem, poderá servir como INSPIRAÇÃO.
?Parta sua análise crítica a partir desses princípios:
- todos tem dificuldades em algum aspecto da vida;
- todos vivenciam sofrimentos e experiências desagradáveis, mesmo que não esteja exposto;
-o que você pensa ou sabe sobre o outro é um recorte muito limitado;
- não existe perfeição, então não ache que alguém a alcançou, porque é impossível;
- Não existe um estado de felicidade plena, onde 'alguns humanos já alcançou e você ainda não". Existe dedicação para viver uma vida com bons hábitos, com todos os desafios diários de cada realidade.
?Se preocupe em como você pode se desenvolver melhor, em como alcançar seus objetivos...e então, o outro deixará de ser alvo de comparações injustas.
Então:
- Use a comparação para se INSPIRAR diante de comportamentos que o outro tem e q você deseja ter, adequando-os a sua realidade;
- Se compare com sua versão passada, para te dar o norte do presente e traçar planos para o futuro.
- Respeite sua história e contexto e faça escolhas levando em consideração todos os aspectos.
Cada ser humano carrega em si uma complexidade, não desconsidere todos os fatores que o compõe.
