Erro

Cansada de fingir que está tudo bem? Como parar de usar máscaras emocionais

Postado por Diego do Nascimento Souza em 11/10/2025 06:10


     Quantas vezes você já respondeu “tudo bem” sabendo que estava tudo menos bem? A verdade é que a maioria das pessoas vive como atores de um teatro emocional: ensaiam sorrisos, treinam respostas, mas por dentro sangram. Fingir estabilidade emocional se tornou a nova forma de sobrevivência — e o preço disso é altíssimo: solidão, exaustão e, no fundo, a sensação de viver uma vida que não é sua.

     A máscara emocional nasce do medo. Medo de decepcionar, medo de ser rejeitado, medo de não ser suficiente. É o mecanismo de defesa de quem foi ensinado desde cedo que “ninguém precisa saber dos seus problemas”. Mas o que acontece quando passamos tempo demais fingindo? A dor que é silenciada começa a gritar em outras línguas: ansiedade, irritabilidade, insônia, crises de choro, e até no corpo, através de dores que a medicina não explica.

     O pior de tudo é que essa encenação cansa. Cansa acordar todos os dias colocando um personagem no espelho. Cansa sorrir quando a vontade é gritar. Cansa manter a compostura quando o coração quer desabar. Fingir que está tudo bem é uma das formas mais sofisticadas de autossabotagem — você acredita que está se protegendo, mas na verdade está se perdendo de si mesma.

     A sociedade aplaude a performance do forte. Ninguém quer ouvir o fraco, o vulnerável, o humano. Por isso tanta gente aprendeu a ser aquilo que o outro espera, e não o que realmente é. O problema é que, quando você vive para agradar os outros, acaba se tornando um estranho dentro da própria vida. E o vazio que nasce daí é brutal.

     Retirar a máscara não é simples. É doloroso. Porque ao tirar, você se depara com tudo o que escondeu: as inseguranças, os traumas, as perdas, as feridas mal cicatrizadas. É por isso que muita gente prefere continuar fingindo — é mais fácil lidar com a ilusão do que com a própria verdade. Mas só há um caminho para a paz emocional: a autenticidade. E autenticidade exige coragem.

     Coragem para dizer “eu não estou bem”. Coragem para admitir que a vida não está fácil. Coragem para buscar ajuda e parar de lutar sozinho. Porque, no fim das contas, o que mais adoece não é o problema em si — é o silêncio sobre ele. Fingir força quando o que você precisa é de acolhimento é uma forma cruel de autonegligência.

     A terapia é o espaço onde as máscaras podem finalmente cair. Um ambiente sem julgamento, onde o que você sente não precisa ser disfarçado. É ali que você começa a se reconstruir sem precisar provar nada para ninguém. Ali você descobre que ser vulnerável não é fraqueza — é humanidade. E é a partir desse reconhecimento que nasce a verdadeira força emocional.

     Não há liberdade maior do que poder ser você mesmo — com tudo o que você é, sem precisar fingir. E talvez esse seja o momento de parar de sustentar a imagem de quem “aguenta tudo” e começar a cuidar de quem realmente precisa de atenção: você.

     O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas é também o mais libertador. Fingir não resolve. Fingir só adia. E quanto mais você adia, mais distante fica da vida que realmente merece viver.

     Se você chegou até aqui, talvez seja hora de dar esse passo — de parar de encenar e começar a se curar. Procure ajuda. Permita-se recomeçar.

 

Psicólogo Diego do Nascimento Souza 

CRP: 19/003070

WhatsApp: (79) 9 9893-3474






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