Postado por Carla Mayara de Jesus Rodrigues em 04/06/2025 12:03
A ansiedade é uma emoção natural do ser humano. Sentir-se ansioso diante de uma entrevista de emprego, uma prova importante ou uma mudança significativa é esperado. No entanto, quando esse estado se torna frequente, intenso e interfere nas atividades do dia a dia, é sinal de que algo precisa de atenção.
A ansiedade pode ser descrita como uma resposta do organismo diante de uma situação de perigo ou ameaça. Ela prepara o corpo para reagir. Por isso, acelera os batimentos cardíacos, aumenta a respiração e gera tensão muscular. Esses sintomas, apesar de desconfortáveis, são úteis em contextos pontuais. O problema surge quando essa “alerta” é acionado constantemente, mesmo sem uma ameaça real.
Quando se torna patológica, a ansiedade passa a afetar diversos aspectos da vida. Alguns exemplos comuns:
Dificuldade de concentração: Pessoas ansiosas costumam ter a mente acelerada, cheia de pensamentos catastróficos ou preocupações. Isso dificulta o foco em tarefas simples, como estudar, trabalhar ou manter uma conversa.
Procrastinação e paralisia: O medo do fracasso ou da crítica pode fazer com que a pessoa adie compromissos ou evite responsabilidades. Em alguns casos, há uma sensação de “travar” diante de tarefas que antes eram fáceis.
Problemas físicos: Insônia, dores no corpo, fadiga constante, alterações no apetite e tensão muscular são sintomas comuns. O corpo sofre com o estado de alerta permanente.
Relações afetadas: A irritabilidade, o isolamento e a dificuldade de se comunicar abertamente afetam os vínculos familiares, amorosos e sociais.
Sensação de não estar no controle: Uma das queixas mais recorrentes é a sensação de viver no “automático”, tentando dar conta de tudo, mas com a impressão de que algo sempre está prestes a dar errado.
Viver com ansiedade constante não é normal e tampouco necessário. A boa notícia é que há tratamento. A psicoterapia, é bastante eficaz para ajudar a pessoa a identificar os pensamentos disfuncionais que alimentam a ansiedade e desenvolver estratégias para lidar melhor com ela. Em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser necessário.
Além do tratamento profissional, mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada, sono adequado e momentos de lazer, são aliados importantes no controle da ansiedade.
A ansiedade, quando em excesso, pode se tornar uma barreira silenciosa, dificultando desde tarefas simples até o prazer de viver. Reconhecer os sinais e buscar ajuda é um ato de autocuidado e coragem. Não é preciso enfrentar tudo sozinho, a vida pode ser mais leve e equilibrada com o suporte certo.
REFERÊNCIAS:
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM5-TR.
BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2013.
NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH (NIMH). Anxiety disorders. 2020.
