Postado por Mariane Aparecida Pereira em 26/04/2022 11:17
O RACISMO NO BRASIL
O racismo é um fator histórico que está enraizado em nossa sociedade e se estende até os dias de hoje. Por conta da cor da pele pessoas são consideradas inferiores, porque um coletivo estabeleceu o que é belo e socialmente aceito. A cor passa a influenciar em como você se constrói como ser humano, seja nas relações sociais, afetivas, nas amizades, no funcionamento da família, na religião, no trabalho e influencia no modo como é atendido, recebido, tratado...
Já dizia o grupo “Racionais MC’s” que por ser preto(a), você tem que ser duas vezes melhor, ou seja, tem que ser muito bom, destaque, o melhor, caso contrário, ficará para trás. Porém, talvez com o autoconhecimento você perceba que não deve ser melhor para o outro, nem para a sociedade e sim para você mesmo, respeitando suas fragilidades e limitações.
MULHER NEGRA E IDENTIDADE
Desde as primeiras relações, como na escola por exemplo, mulheres começam a sentir o que é ser negra e o quanto isso impacta em sua individualidade. São as que recebem diversos xingamentos, como “nega do cabelo duro, macaca, negrinha, etc.”, muitas chegam até a se questionar sobre o que há de errado com elas mesmas, então querem alisar os cabelos e sentem vergonha do próprio corpo. A mulher negra é vista como a sexualização, a bunda, o objeto sexual, não como um ser pensante. Sendo assim, essas não se sentem aceitas ou pertencentes!
Na fase da paquera, as escolhidas geralmente são as que alcançam um padrão estético: altas, magras e de cabelos lisos, onde mais uma vez as negras são rejeitadas por não atingirem determinado modelo.
No entanto, não há como negar ou tentar esconder o machismo e o racismo presente em nosso meio, é preciso enfrentar.
ENFRENTAMENTO, LUTA E RESISTÊNCIA
O racismo ocorre, nós enquanto profissionais de saúde mental não podemos negar a sua existência e o sofrimento que esse causa nos sujeitos negros. Porém, na clínica, você, mulher, negra, tem um espaço para falar sobre seus traumas e construir um novo significado para essas vivências.
Você tem conseguido simbolizar o seu sofrimento, mulher? Como se sente? Qual o nome da sua dor? Você compreende seus sentimentos em relação ao seu gênero e a sua cor? Quem é você? Qual a sua identidade?
Quanto mais você estiver ligada aos seus desejos, menos as preferências do outro irão te atingir. Pois a sua energia estará ligada ao seu modo de ver e existir. Como você tem se visto? Se cuidado?
É preciso lutar pelo direito de ser diferente, é necessário que ocorra um resgate das suas pontencialidades e capacidades de enfrentamento, reconhecendo suas fraquezas, mas também suas forças.
Afinal, mimimi é a dor que não dói na gente...
...mas dói no outro!