Há dores que não dão aviso prévio. Elas apenas chegam, sentam na sala, cruzam as pernas e nos encaram como se sempre tivessem pertencido à casa. A sensação de “não ser suficiente” é uma dessas hóspedes silenciosas: ocupa espaço, muda o ar, e faz morada sem pedir permissão. É curioso como essa dor nasce em lugares diferentes, mas produz efeitos parecidos. Alguns a conhecem na infância, quando tentavam agradar pais sempre distantes. Outros a encontram na...
Relacionamentos afetivos são, em essência, espaços de troca, segurança emocional e crescimento. No entanto, quando o vínculo ocorre com alguém que apresenta traços narcisistas acentuados, especialmente o que a literatura psicológica descreve como narcisismo patológico ou características associadas ao Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) é comum que o parceiro desenvolva sintomas significativos de ansiedade, insegurança e desgaste psicológico. A seguir, compreendemos o...
A discussão sobre gênero e saúde mental tem se ampliado de maneira significativa nas últimas décadas, especialmente quando observamos como construções socioculturais impactam subjetividades, autoestima e modos de se relacionar. Nesse cenário, a obra A Prateleira do Amor, da psicóloga e pesquisadora Valeska Zanello, oferece importantes contribuições para compreender a maneira pela qual homens e mulheres são socializados dentro de estruturas específicas de gênero que orientam...
O término de um relacionamento, seja ele longo ou breve, consensual ou inesperado, é quase sempre um momento de intensa vulnerabilidade e reconfiguração. Não é apenas a separação de duas pessoas; é a dissolução de um futuro planejado a dois, o adeus a rotinas compartilhadas, o desmonte de uma identidade que se construiu em conjunto e o confronto com a nova e silenciosa paisagem do "eu sozinho". A dor é real e multifacetada, manifestando-se como luto pela perda, ansiedade pela...
Imagine que a vida é um grande mar — imenso, imprevisível, cheio de correntes que mudam de direção sem avisar. E que cada um de nós tem o seu próprio barco para navegar. Quando nascemos, ainda estamos no barco dos nossos pais. É ali que aprendemos o básico: como remar, como ajustar as velas, como reagir quando o vento muda. Eles nos ensinam o que sabem — com as ferramentas e materiais que têm. Alguns nos ensinam a remar com força, outros a observar o vento, outros a esperar...