Erro

Você já pensou em desistir?

Postado por Marcos André Ferreira Soares em 21/04/2025 11:01


Não precisa dizer em voz alta. Nem admitir para ninguém. Basta um pensamento breve, como um sopro sutil que atravessa a mente em um momento de cansaço: “E se eu simplesmente largasse tudo? E se eu não seguisse mais tentando?”

Pensar em desistir é mais comum do que imaginamos. O que nos assusta, muitas vezes, não é a ideia da desistência em si, mas o fato de ela ter aparecido. Como se a simples existência desse pensamento colocasse em xeque nossa força, nossa sanidade ou até mesmo nossa dignidade. Mas aqui vai uma verdade que talvez ninguém tenha te dito: pensar em desistir não é sinal de fraqueza — é um sinal de que algo em você está pedindo atenção.

Há um tipo de exaustão que não aparece nos exames. Um tipo de cansaço que não se resolve com descanso físico. É a exaustão da alma. Aquela que vem de tentar ser forte por tempo demais, de carregar o mundo nas costas, de seguir sorrindo quando por dentro já não há mais brilho no olhar.

Em algum ponto da vida, todos nós, de alguma forma, nos aproximamos desse limiar. O da desistência. Pode ser na vida pessoal, profissional, nos relacionamentos, ou até na própria relação com a vida. Não é algo que se fala com facilidade — afinal, quem vai entender a complexidade disso? Quem vai escutar sem julgar, sem tentar consertar, sem transformar a dor em clichê?

A verdade é que muitas pessoas que pensam em desistir não querem desaparecer. Elas querem, na verdade, encontrar uma forma mais leve e significativa de existir. Querem parar de sobreviver no automático, e começar a viver com sentido. E é aí que reside uma das maiores revoluções silenciosas: perceber que a vontade de desistir, às vezes, não é sobre o fim, mas sobre um grito por recomeço.

É nesse momento que a terapia se torna mais do que um recurso: ela vira um ponto de retorno. Um espaço seguro onde você pode, talvez pela primeira vez, falar sem filtro, sentir sem culpa, existir sem a necessidade de se provar. Um lugar onde desistir de fingir pode ser o primeiro passo para começar, de fato, a viver.

Não é sobre motivação barata, frases feitas ou positividade tóxica. É sobre verdade. Sobre encontrar alguém que não te ofereça soluções prontas, mas que caminhe ao seu lado enquanto você descobre, dentro de si, as respostas que sempre buscou fora.

Porque, no fundo, você não quer desistir da vida. Você quer desistir da dor de viver sem se sentir visto, compreendido, acolhido.

E se você chegou até aqui — com esse texto em mãos, com o coração levemente inquieto e os olhos talvez um pouco marejados — saiba que já há movimento em você. Movimento é vida. E talvez, só talvez, você não esteja tão longe assim de reencontrar a si mesmo.

Quando pensar em desistir, lembre-se: talvez não seja o fim. Talvez seja só a hora certa de começar de novo — com mais verdade, com mais leveza, com alguém ao seu lado.






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