Postado por Izabel Oliveira de Carvalho em 29/08/2024 09:59
"A morte é um processo irreversível e forte que marca o fim da vida."
Apesar de muitos estudos e linhas de pensamento a cerca deste assunto, a morte ainda é um campo marcado por muitos mistérios e sua elaboração trás dor e angústia.
A psicologia busca compreender as fases dos desenvolvimento humano e vemos que nesse momento de finitude da vida, como o sujeito irá elaborar depende de diversos fatores como: a religião, forma de pensar, hábitos de vida e o momento no qual sucedeu-se a morte.
O medo de morrer ou de perder alguém que ama se apresenta de diversas maneiras dentro do desenvolvimento humano, ou seja, as representações da morte mudam de acordo com a idade do indivíduo. Contemporaneamente a morte é um assunto evitado e pouco discutido em nossa sociedade, algumas pessoas chegam a ter medo/pânico deste assunto. Um clichê que reverbera a cerca desta temática, é de que a única certeza da vida é a morte, este pensamento é algo que diversas linhas terapêuticas buscam questionar e elaborar com seus pacientes. Mas, o que de fato é morrer? A compreensão, não apenas o entendimento desta pergunta é um ato que pode ajudar muitos no processo de elaboração do luto.
Para Freud (1915), o luto é um processo lento e doloroso, que tem como características principais uma triteza profunda, afastamento de toda e qualquer atividade que não estejam ligadas ao objeto perdido, a perda de interesse pelo mundo externo e a incapacidade de substituição com a adoção de um novo objeto de amor.
O luto, é um processo que possui fases, dentre as quais destacam-se:
1- NEGAÇÃO: nesta fase a pessoa não aceita e em alguns casos até mesmo não acredita que o objeto foi perdido, buscando o isolamento social.
2- RAIVA: sentimentos fluem neste momento, alguns são bem impactantes como: raiva, medo, culpa. Uma espécie de perturbação emocional começa de uma forma mais intensa na mente do sujeito.
3- BARGANHA: a pessoa enlutada começa a negociar consigo mesma, olhando para o passado e colocando diversos "e se...", em alguns episódeos a pessoa negocia até mesmo com "Deus" o motivo, "como seria se fosse diferente?"
4- DEPRESSÃO: um dos estágio mais fortes e marcante do luto, a pessoa se agarra na dor da perda e pode ficar semanas e até mesmo meses em estágio de depressão. Neste momento é necessário o apoio e até tratamento psíquico, pois, a pessoa pode desenvolver de fato transtornos depressivos.
5- ACEITAÇÃO: último estágio e o mais esperado, quando a pessoa entende e compreende a perda do objeto e começa a criar outros sentidos e até mesmo formar uma nova realidade de acordo com sua perda.
OBS.: Este é um assunto extremamente delicado e em muitos casos é necessário uma ajuda especializada para a elaboração de uma morte.
Nossa cultura direciona o indíviduo para uma ideia de superação, falas como: "isso vai passar!", "você vai superar" são as mais ditas, vale ressaltar, que cada indívido sente e pensa de uma forma subjetiva e a escuta aberta e empatia são os pontos mais necessários para este momento.
Psicóloga: Izabel Oliveira
CRP: 05/62755
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