Erro

Quando o amor adoece: relações emocionalmente abusivas

Postado por Diego do Nascimento Souza em 07/11/2025 16:55


     Há amores que curam, mas há amores que adoecem. O problema é que nem sempre é fácil perceber quando o amor, que antes parecia abrigo, começa a virar prisão.

     A pessoa não chega com um crachá dizendo “sou abusiva”. Ela chega com atenção, cuidado e promessas. E, aos poucos, sem que você perceba, começa a podar a sua liberdade em nome do “amor”.

     Você começa a se desculpar demais. A pensar duas vezes antes de falar. A se sentir culpado até quando não fez nada errado. O medo de desagradar toma o lugar da espontaneidade.

     E, o mais cruel: quando o outro te faz acreditar que o problema é você. Que é você quem exagera, quem dramatiza, quem não entende. É nesse ponto que a mente começa a se confundir, e o coração se acostuma com o caos.

     A relação emocionalmente abusiva não grita — ela sussurra. Ela mina o seu brilho em pequenas doses. Ela te faz acreditar que você não é suficiente sem o outro.

     O abuso pode vir em forma de silêncio, ironia, chantagem emocional ou indiferença. Pode estar disfarçado de preocupação, quando na verdade é controle.

     Muita gente pensa que o abuso emocional é exclusividade de relações violentas. Mas, na verdade, ele mora também em casais aparentemente “perfeitos”, que sorriem em público e se machucam no privado.

     Quando o amor adoece, a autoestima começa a definhar. Você se esquece de quem era antes do relacionamento. E quando tenta lembrar, sente vergonha de ter se perdido tanto.

      Mas é preciso dizer com todas as letras: amor não é dor disfarçada de cuidado. Amor que aprisiona, que controla, que silencia, não é amor — é medo.

      E ninguém deve viver refém do medo, principalmente dentro de uma relação que deveria ser refúgio.

      O problema é que, depois de tanto tempo dentro desse ciclo, você já não sabe mais quem é. A dependência emocional se torna uma espécie de anestesia — você sente tudo, mas não consegue reagir.

     Romper com um ciclo abusivo não é sobre “ter coragem”. É sobre reaprender a enxergar o próprio valor. E esse processo, muitas vezes, exige ajuda.

     Há quem acredite que o tempo cura tudo. Mas o tempo, sozinho, não cura nada se você continuar ferido no mesmo lugar.

     A cura começa quando você decide olhar para si. Quando você entende que se salvar não é egoísmo — é necessidade.

     A terapia, nesse contexto, não é um luxo. É uma ponte entre o que você sente e o que você merece viver. É o espaço onde a sua voz volta a ter força, e o silêncio do medo começa a perder poder.

     É no processo terapêutico que você descobre que amar não precisa doer, e que o cuidado verdadeiro não te diminui — te amplia.

     Talvez você tenha se reconhecido em algumas linhas deste texto. Se sim, saiba: reconhecer é o primeiro passo da libertação.

      Você não precisa continuar onde a sua alma adoece. Existe vida, amor e paz do outro lado dessa dor.

 

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Sou Diego do Nascimento Souza, psicólogo clínico (CRP 07/37943), e posso caminhar com você nesse processo de reconstrução emocional.

WhatsApp: (79) 9 9883-3474






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