Postado por Laís Comini em 05/12/2024 15:40
Quais são as distinções fundamentais entre Psicologia e Psicanálise e como essas diferenças podem influenciar a decisão entre procurar terapia psicológica ou análise psicanalítica?
Psicologia e Psicanálise são dois campos que se propõe a um objetivo em comum: tratar o sofrimento humano. Apesar disso, possuem diferenças inconciliáveis em seu modo de compreensão e tratamento de tais sofrimentos.
Vamos por partes...
A Psicologia consiste em um campo muito amplo que se dispõe a estudar o comportamento humano, bem como os processos mentais. Dentro desse escopo se desenvolve várias abordagens, tais como: Teoria Cognitiva Comportamental, Gestalt terapia, Behaviorismo, Humanista, entre outras. Todas essas abordagens tem como objetivo: melhorar a qualidade de vida, promover saúde mental, resolver problemas individuais, compreender o comportamento humano e diversos outros baseados no fazer comportamental e consciente.
Para isso, essas vertentes terapêuticas vão se utilizar de técnicas específicas para cada demanda, afim de ajudar o paciente a reconhecer padrões de pensamentos e comportamentos disfuncionais, com objetivo de mudá-los.
Já a Psicanálise, elaborada por Sigmund Freud, trata-se de uma teoria análitica da mente, por assim dizer. Vai se concentrar na investigação dos conflitos psíquicos, buscando compreensão dos elementos inconscientes que deram origem aos sintomas.
A principal diferença está aí, na consideração de um INCONSCIENTE, que, ao contrário do que muitos pensam, não é o oposto de CONSCIENTE, no sentido de algo que simplesmente não podemos nos lembrar no momento.
Para a Psicanálise, o inconsciente é um saber desconhecido, "alojado" em nós mesmos e extremamente determinante em muitas escolhas e comportamentos. Tal como uma força que insiste em atuar em nossas vidas sem um concentimento prévio ou consciente, revelando que, em certo sentido, "não somos senhores em nossa própria casa", como alertava Freud.
Você já se perguntou por que falou uma determinada palavra quando queria dizer outra? Por que repete uma situação que até então era entendida como indesejada?
Portanto, pode-se dizer, que uma das "metas" ou "obejtivos" de uma análise é a exploração do inconsciente, através de interpretação dos sonhos, atos falhos, lapsos, associação livre do paciente durante as sessões.
Uma exploração que não se pretende a adquirir 'armas' para controlar o inconsciente, como se este fosse algo patológico, sombrio que devesse ser temido. Mas para que possamos, minimamente, despertar e nos apropriar de um 'saber-fazer' com isso, que é algo de mais íntimo e singular em nós mesmos.
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