Parece, mas não é. Quais a dores da sociedade do sucesso?
Postado por Raquel Magalhães de Mello em 07/07/2018 22:18
O fracasso e o sucesso são impostores. Ninguém fracassa tanto como imagina. Ninguém tem tanto sucesso como imagina.
Rudyard Kiplingq
Quantas pessoas você conhece a vida e vê nas mídias sociais outro ser humano? Quantas vezes você vê um “famoso” mostrar sua vida no facebook ou instagram “para se tornar mais real”? Quantas vezes você pensa que a vida de todo mundo está dando certo menos a sua?
Parece, mas não é! Isso mesmo, apenas parece. Você já ouviu o ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Vivemos um momento delicado onde tudo é visto, mas nem tudo é mostrado. Vemos apenas recortes. Recortes de uma vida perfeita, recortes de crimes violentos, recortes de ideias e ideais- apenas recortes.
E a maioria das pessoas não só aceita, como toma esses recortes como verdades absolutas e por isso que temos tantos apaixonados e “haters” na internet. É fácil ficar passional apenas com o que se quer ver e ouvir.
O sucesso permeia essa sociedade e toma proporções colossais onde o radicalismo toma conta e a empatia e o respeito se tornam “politicamente correto”. Mas e o ser humano? Onde fica nisso tudo?
As estatísticas da Organização Mundial de Saúde nos mostra números alarmantes como: aumentos significativos nos transtornos de depressão e ansiedade, novas doenças voltadas para a tecnologia e o pensamento acelerado aparecendo, uma insatisfação com o trabalho que atingi patamares assustadores no mundo.
Onde fica o ser humano nisso tudo? DOENTE. ANGUSTIADO.
Tudo serve de gatilho para transformar a vida em um sucesso público, a perda, a derrota, o fracasso, a tristeza não são mais vivenciados, são publicados .
Um pôr do sol, uma interação de alegria no metrô da Rússia na Copa do Mundo, uma criança cantando, um meme sobre a derrota da seleção brasileira tudo é publicado. E sim. As pessoas se emocionam com isso, pois a imagem certa no momento adequado aciona emoções.
E isso não teria problema nenhum, pois a tecnologia é uma dádiva, assim como o dinheiro. A questão é a forma de utilização. Estamos esquecendo de vivenciar para fotografar, tirar selfies, postar, esperar likes , ter milhares de amigos e seguidores que nem conhecemos.
Apenas parece, mas a vida de ninguém é um facebook, um instagram, um snapchat ou qualquer mídia social.
O que aparece lá são apenas recortes de uma vida. A sociedade está cada vez mais solitária, mais radical, menos empática. Vamos mudar essa realidade dependente apenas de cada um. Viva a vida. Encontre seus amigos. Leia um livro. Escute sua música preferida. Dance. Abrace. Interaja na vida real. Cada dia que passa a sociedade necessita que possamos ver o valor da vida real, seus problemas, suas vitórias e seus fracassos. E que possamos senti-los e aprender com cada um deles.