Postado por Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira em 15/05/2024 17:13
Olá, gostarioa de iniciar essa publicação me apresentando. Me chamo Tayhana Queiroz, sou psicológa clínica, social e intercultural, e gostaria de abordar hoje esse tema que aparece constantemente em meus atendimentos, sob a lente das minhas abordagens e formações, que é a Gestalt-terapia e a Psicoterapia Breve e Focal. Com sintomas parecidos aos de outras dependências, o vício em pornografia tem tratamento, que pode incluir o uso de medicação, psicoterapia e grupo de ajuda mútua.
Caso você também esteja precisando de ajuda para trabalhar essas questões de vicío em conteúdos pornográficos, entre em contato comigo e agende uma sessão.
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Causas da dependência da Pornografia
Inicialmente, é importante compreender o mecanismo do vício e seu impacto no cérebro. O cérebro de um indivíduo viciado libera dopamina, conhecida como o hormônio do prazer, durante a prática do vício. Esse neurotransmissor proporciona sensações de euforia, prazer e contentamento. No entanto, com o vício, a necessidade de estímulos aumenta à medida que o uso da substância se torna mais frequente, levando a um ciclo de busca por maior frequência e variedade de estímulos para alcançar o mesmo nível de satisfação anterior. Assim, os efeitos no corpo de alguém viciado em álcool ou drogas ilícitas são similares aos experimentados por uma pessoa viciada em pornografia.
Consequeência do Vício em conteúdo pornográfico
Assim como qualquer outra compulsão, o vício em pornografia acarreta consequências físicas, mentais e sociais para o indivíduo. Há vários estudos que indicam que esse vício pode provocar:
Ademais, as consequências físicas são variadas, incluindo dores e perda de sensibilidade nos órgãos reprodutores, bem como disfunções sexuais, que foram comprovadas em várias pesquisas. Estudos indicam que homens que consomem pornografia na internet por períodos prolongados tendem a apresentar uma diminuição da matéria cinzenta em certas áreas do cérebro e uma redução na atividade cerebral. Socialmente, indivíduos com esse tipo de compulsão geralmente se distanciam de seus parceiros e perdem o interesse sexual por eles. Ainda, muitas vezes a pessoa pode desenvolver uma ansiedade social grave, prejudicando o convívio social com amigos, familiares e colegas de trabalho. Outra consequência apontada em estudos é a depressão. Devido à baixa recepção de dopamina, após longos períodos de consumo de pornografia, a pessoa muitas vezes se vê em situações em que não sente vontade de fazer nada. Ainda, de acordo com os pesquisadores norte-americanos Shawn Corne, John Briere e Lillian M. Esses, mulheres que foram expostas precocemente a conteúdos pornográficos tendem a aceitar alguns mitos do estupro e ter fantasias sexuais que envolvem estupro. Por fim, muitas vezes as pessoas que são viciadas em pornografia tendem a se sujeitar a relacionamentos abusivos ou até a desenvolver psicopatias sexuais.
Quais são os sintomas do vício em sexo e pornografia?
Devido à baixa de dopamina no cérebro, os sintomas começam a aparecer gradativamente. Muitas vezes, esses sintomas não são motivo de preocupação, já que a pessoa não se vê como uma viciada. Alguns sintomas do vício em pornografia e sexo são:
De acordo com uma pesquisa apresentada em 2017, na reunião anual da Associação Americana de Urologia, homens viciados em pornografia têm mais chances de sofrer disfunção erétil. A pesquisa também mostrou que os homens são menos propensos a ficarem satisfeitos com a relação sexual. Outra pesquisa, realizada na Universidade de Middlesex, apontou que as mulheres sofrem frustrações porque suas expectativas sexuais não são atingidas por homens iludidos por pornografia. Além da impotência, o homem viciado em pornografia pode ter ejaculação retardada ou precoce. Ademais, a pessoa pode ter perda de sensibilidade na vagina (Death Schlick) ou no pênis (Death Grip).
O vício em pornografia e o processo de psicoterapia
Na abordagem da Gestalt-Terapia e da Psicoterapia Breve e Focal, abordagens na qual eu trabalho, o tratamento do vício em pornografia é visto como uma oportunidade de explorar e compreender os padrões de comportamento e as dinâmicas subjacentes que mantêm esse problema. Ambas as abordagens enfatizam a importância da consciência, da responsabilidade pessoal e da mudança do aqui-agora de como esse vicío tem lhe afetado no presente e como podemos trabalhar essas questões. A seguir, apresentarei alguns manejos clínicos que podem ser trabalhados diante dessas abordagens.
Gestalt-Terapia:
1. Foco na Consciência: Na Gestalt-Terapia, o foco é colocado na consciência do momento presente. Isso envolve ajudar o indivíduo a estar mais presente e consciente de suas sensações, sentimentos e impulsos relacionados ao consumo de pornografia.
2. Exploração dos Mecanismos de Evitação: A Gestalt-Terapia examina os mecanismos de evitação que uma pessoa pode estar usando para evitar lidar com questões subjacentes, como emoções difíceis, traumas passados ou conflitos internos. No caso do vício em pornografia, isso pode envolver a exploração de como o consumo excessivo de pornografia está sendo usado como uma forma de evitar lidar com problemas emocionais mais profundos.
3. Integração das Partes: A Gestalt-Terapia reconhece que uma pessoa é composta por várias partes ou aspectos de si mesma. No processo de psicoterapia irei ajudar o paciente/cliente a explorar e integrar essas partes, incluindo aquelas que podem estar contribuindo para o vício em pornografia, como a parte que busca gratificação imediata versus a parte que deseja relacionamentos íntimos e saudáveis.
4. Experimentos Vivenciais: A Gestalt-Terapia utiliza experimentos vivenciais para ajudar o indivíduo a experimentar novas maneiras de ser e agir. Isso pode envolver técnicas como a cadeira vazia, onde o indivíduo pode dialogar com partes de si mesmo ou com figuras simbólicas relacionadas ao vício em pornografia, explorando diferentes perspectivas e ressignificando experiências passadas.
Psicoterapia Breve e Focal:
1. Foco na Resolução de Problemas: A Psicoterapia Breve e Focal concentra-se na identificação e resolução de problemas específicos dentro de um período de tempo limitado. No tratamento do vício em pornografia, isso pode envolver a identificação de gatilhos específicos, padrões comportamentais disfuncionais e estratégias de enfrentamento inadequadas.
2. Definição de Metas Claras: Durante o processo psicoterapêutico, são estabelecidas metas claras e mensuráveis para orientar o trabalho. Isso pode incluir metas relacionadas à redução do consumo de pornografia, melhoria dos relacionamentos interpessoais ou desenvolvimento de estratégias saudáveis de enfrentamento.
3. Ênfase na Mudança Rápida: A Psicoterapia Breve e Focal visa promover mudanças significativas em um período relativamente curto de tempo. Isso pode ser alcançado através da identificação e intervenção direta nos padrões de pensamento e comportamento que perpetuam o vício em pornografia.
4. Utilização de Técnicas Ativas: Durante as sessões terapêuticas, são utilizadas técnicas ativas e orientadas para a solução, como a reestruturação cognitiva, o treinamento de habilidades sociais e a dessensibilização sistemática, para ajudar o indivíduo a superar o vício em pornografia e desenvolver estratégias mais adaptativas a sua realidade, dentro doc ampo do que é possivél para o paciente atendido.
As pessoas que desenvolveram vício em pornografia podem buscar tratamento, assim como os pais e responsáveis que percebem uma frequência de acesso a sites pornográficos pelo jovem. A melhor forma é buscar a ajuda de psicólogos, sexólogos e grupos de apoio. No âmbito da psicologia, a terapia sob a lente da gestalt e da Psicoterapia breve e focal podem ser uma grandes aliadas para o tratamento do vício em pornografia.
Essas abordagens terapêuticas encontram formas eficazes com o cliente/paciente para abandonar o vício. Isso é feito a partir do desenvolvimento/treino de habilidades sociais, aprendizagem e reaprendizagem de novas fontes de prazer existenciais, criação de metas mas também de escuta e acolhimento da dor e do sofrimento daqueles que buscam ajuda para superar o vicío. Nessa caminhada você não está sozinho.
Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira
Psicóloga clínica e Social CRP 11/21399.