Postado por Nathan Henrique Bovo dos Reis em 12/09/2022 21:58
Introdução
O presente trabalho apresenta a abordagem terapêutica utilizada por mim e a forma que é conduzida a terapia a partir de aspirações pessoais, com referência na psicologia humanista e no escritor Albert Camus. O objetivo dos esforços feitos neste trabalho tende a ser interpretado como um manual para você, psicólogo, possível cliente, interessado pelas ciências humanas, estudante de psicologia, curioso ou entusiasta. O objetivo deste manual é fazer com que a forma terapêutica humanista, pautando suas influências existenciais no Absurdismo de Albert Camus, mostre uma forma de condução terapêutica palpável para cunho profissional e também uma maneira de alcançarmos um dos objetivos mais interessantes da questão humana que é o autoconhecimento, ou, falando de forma mais extensa, conhecer a si mesmo.
Introduction
The present work presents the therapeutic approach used by me and the way the therapy is conducted from personal aspirations, with reference to humanistic psychology and the writer Albert Camus. The purpose of the efforts made in this work tends to be a manual for you, psychologist, prospective client, interested in the humanities, student of psychology, curious or enthusiastic. The objective of this manual is to make the humanist therapeutic form, basing its existential influences on Albert Camus' Absurdism, show a palpable form of therapeutic conduct for a professional nature and also a way to achieve one of the most interesting objectives of the human question, which is the self-knowledge, or, more broadly speaking, to know oneself.
Introducción
El presente trabajo presenta el enfoque terapéutico utilizado por mí y la forma en que se lleva a cabo la terapia desde las aspiraciones personales, con referencia a la psicología humanista y al escritor Albert Camus. El propósito de los esfuerzos realizados en este trabajo tiende a ser un manual para usted, psicólogo, posible cliente, interesado en las humanidades, estudiante de psicología, curioso o entusiasta. El objetivo de este manual es hacer que la forma terapéutica humanista, fundamentando sus influencias existenciales en el Absurdismo de Albert Camus, muestre una forma palpable de conducta terapéutica de carácter profesional y también una forma de alcanzar uno de los objetivos más interesantes de la cuestión humana. , que es el autoconocimiento, o más ampliamente, conocerse a uno mismo.
SUMÁRIO
1. PSICOTERAPIA
2. ABORDAGEM HUMANISTA
2.1 ACEITAÇÃO POSITIVA INCONDICIONAL
2.2 EMPATIA
2.3 CONGRUÊNCIA
3. ABSURDISMO
4. TRABALHO PESSOAL
5. CONCLUSÃO
1. PSICOTERAPIA
A psicoterapia é um tipo de procedimento usado principalmente por psicólogos para ajudar as pessoas a serem mais felizes, saudáveis e produtivas. Ela ocorre por meio de encontros entre o profissional e a pessoa buscando psicoterapia. Ao longo desses encontros o profissional usa alguma abordagem teórica, diferentes técnicas para entender e impactar a vida da pessoa, além de tentar ajudá-la a alcançar seus objetivos e se sentir melhor consigo mesma. Independentemente da abordagem usada pelo psicólogo, a psicoterapia é um tratamento colaborativo que depende bastante da relação que você desenvolve com o profissional e do seu próprio engajamento. O psicólogo interage com você, visando facilitar o autoconhecimento. Os dois devem trabalhar juntos para perceber e mudar os padrões de pensamento e comportamento que estão te atrapalhando. Mas, psicólogos não são videntes, por isso, não espere que seu psicólogo faça todo o trabalho sozinho. A psicoterapia pode ser muito útil para pessoas que estão sofrendo ou passando por dificuldades, mas também pode ajudar pessoas que buscam o autoconhecimento e o crescimento pessoal.
Talvez você tenha uma vida boa e preocupações que não te incomodam tanto, mas porque se contentar com ter uma vida boa se você pode ter uma vida excelente? A psicoterapia pode ser uma forma de você se conhecer melhor e sentir maior satisfação com sua vida. Um mito acerca da psicoterapia é que nela você está pagando alguém para te ouvir ao invés de um amigo que faria isso de graça e em uma mesa de bar. Talvez você esteja pagando mesmo alguém para te ouvir, mas é alguém bem diferente do seu amigo. Um psicólogo treina por vários anos suas capacidades de ouvir e avaliar de forma mais objetiva os sentimentos e as dificuldades das pessoas. Ele também aprende a te ouvir sem julgar e a planejar um tratamento. Também diferente de seu amigo, o psicólogo tem seu dever ético de tratar tudo que você conta durante a psicoterapia com sigilo. Então você pode falar de forma mais sincera para o psicólogo, pois talvez não queira partilhar coisas tão intimas com alguém presente em seu cotidiano.
Muitas pessoas vivem situações inusitadas de vida e nem todo psicólogo vai ser bom em ouvir sem julgar ou se comportará de forma profissional. Na teoria isso é como deveria ser, mas assim como existem jardineiros bons e ruins, existem psicólogos bons e ruins. Alguns psicólogos deixam mesmo a desejar na qualidade científica e ética das suas atuações. O ideal é você buscar indicações de bons profissionais na sua região ou marcar uma sessão para ver se gosta de interagir com ele. Muitas pessoas reclamam que fizeram psicoterapia mas que seus problemas persistem. Pode ser que isso tenha a ver com a qualidade do psicólogo que te atendeu, mas muitas pessoas não levam a sério a psicoterapia ignorando as orientações do psicoterapeuta ou faltando sessões por exemplo.
Psicoterapia não é para ser cura mágica ou conversa fiada, ela é uma ferramenta que pode ajudar se conduzida de forma profissional e se você não achar que o psicólogo vai fazer tudo sozinho. Ele é um facilitador, mas apenas você pode conhecer a si mesmo.
2. ABORDAGEM HUMANISTA
É a corrente psicológica que surgiu na metade do século XX e tem uma proposta diferente da anteriores que enfoca mais a saúde e as potencialidades humanas e a liberdade, do que a doença. Nesse sentido um dos principais autores no humanismo, Carl Rogers, prega que nós temos dentro de nós um núcleo de potencial e saúde que precisa ser revelado na abordagem terapêutica ou processo terapêutico. É na relação com o psicoterapeuta que esse núcleo pode florescer em sua plenitude. E para que essa relação aconteça de uma maneira satisfatória e plena, Carl Rogers propôs 3 condições essenciais. Essas 3 condições essenciais são: Aceitação positiva incondicional, empatia e congruência.
2.1. ACEITAÇÃO POSITIVA INCONDICIONAL
É a capacidade do terapeuta de aceitar sem críticas ou julgamentos qualquer manifestação de seus clientes. Crenças, personalidade, visão de mundo, modo de se relacionar e inclusive o modo de se relacionar com o terapeuta. Logo, pressupõe-se que aja uma postura aberta do terapeuta que acolhe calorosamente todos os aspectos do seu paciente.
2.2. EMPATIA
É a capacidade de enxergar o mundo com os olhos do paciente, sentir o que ele sente e se colocar no lugar do outro. A empatia é uma condição essencial para essa vinculação profunda e também para sustentar a aceitação positiva incondicional.
2.3. CONGRUÊNCIA
É uma capacidade do terapeuta de aceitar a si próprio, ter coerência com seus desejos e sua própria vida. Não é perfeição ou modelo ideal, mas sim ter coerência com o que é expresso na relação com o cliente e com o que ele vive na sua vida e seu mundo interno. Quanto mais coerência e aceitação de si mesmo, o terapeuta pode oferecer uma atuação autêntica na relação com o paciente. E quanto mais autêntico e verdadeiro for o terapeuta, ele pode acolher a verdade e a autenticidade do cliente de maneira irrestrita e profunda.
Logo, podemos entender a psicoterapia humanista como um profundo e verdadeiro encontro humano muito além da técnica ou teoria. É através do qual ambos os participantes podem se expressar de uma maneira verdadeira, genuína e se curar mutuamente. Contribuindo um para o outro em seus próprios processos evolutivos.
3. ABSURDISMO
Para entender a linha filosófica absurdista de Albert Camus primeiro é importante compreender a temática sobre Sísifo. Compreendendo o mito de Sísifo, podemos compreender como é traçado o obstáculo da existência e uma possível ou única solução.
Sísifo era o homem mais sábio dentre os mortais, mas por enganar os deuses recebeu um castigo. Esse castigo foi dado em forma de uma tarefa repetitiva, inútil e eterna. Levando em consideração que “eterno” significa do começo ao fim de nossas vidas. Bem, seu castigo foi empurrar uma rocha da base ao topo de uma montanha sendo que, ao final da tarefa, a rocha rolaria montanha a baixo e então Sísifo teria que realizar o processo novamente e novamente e novamente.
Porque o conto se assemelha à linha de pensamento absurdias? Por que se, por um instante, imaginarmos a situação de Sísifo, podemos concluir que fazer um trabalho em vão e saber que se está repetindo situações as quais sabemos que o resultado é nada, há uma certa frustração. Nunca fazemos algo em troca de nada. Talvez pessoas ajudem as outras em troca de nada material, mas o olhar, a sensação de dever cumprido e dentre outros tipos de sentimentos, emoções, motivações e pensamentos que podem elucidar como retorno. Fazer algo em vão aparentemente angustia a maioria das pessoas. Compreendendo isso podemos então dar imersão ao pensamento de Albert Camus. Para ele a compreensão sobre qual o sentido da vida seria uma resposta simples e direta: não há sentido. Compreender a vida como algo que não tem sentido possibilita formas de pensamento e ideias divergentes. Aceitar que a vida não tem sentido, possibilita você dar sentido à sua própria vida. Não estamos falando de adquirir um sentido pré-existente, mas sim criar seu próprio sentido de vida. E mesmo que sua vida seja algo que não se pode mudar no momento, como foi no caso Sísifo, como podemos sair dessa grande situação de pergunta sem resposta? Ao fim de seu livro “O mito de Sísifo”, Camus escreve: “é preciso imaginar Sísifo feliz.” Ser e estar feliz com a vida que se tem é mais importante do que realmente encontrar o significado da mesma. Para encontrarmos o significado então, devemos olhar para o único lugar que podemos ter deixado ou guardado, nós mesmos.
4. TRABALHO PESSOAL
Levando em consideração todos os esforços para que possamos transmitir o mínimo de conhecimento sobre as influências que permeiam as decisões tomadas por mim em terapia, acredito que falar um pouco sobre minha vida e a forma que encaro o mundo é uma maneira válida, real e verdadeiramente absurda de continuar e finalizar o tão esperado desfecho sobre como realmente é uma psicoterapia aos olhos de Nathan H.B.R.
Para que aja compreensão acerca das situações as quais a psicoterapia poderá impactar, mudar, reconstruir, desconstruir ou apagar, é necessário encarar a terapia como uma consulta ao médico. Não se pode mentir, omitir ou inventar uma situação que não existe ou um sentimento que não se está sentindo. Não vamos ao dentista e fingimos não estar com dor de dente, não vamos ao médico e escondemos o machucado, então porque vamos à terapia e fingimos que está tudo bem ou receosos sobre o quanto estaremos incomodando o mesmo? Após esta etapa, é necessário que não aja mentiras e o vínculo esteja feito. Claro, não se espera que o vínculo seja criado no primeiro dia ou no primeiro mês, mas é necessário que esse vínculo seja criado para que aja o segundo passo. O segundo passo nada mais é que encontrar seu próprio ritmo. Sabe quando gostamos muito de uma música que não sabemos dançar? Sabe quando escutamos uma música que gostamos muito e estamos sozinhos? Imagine que a dança que seu corpo criou para expressar a euforia seja então seu ritmo musical. Quando falamos sobre psicologia, cada indivíduo tem seu ritmo psicológico. Alguns se sacodem mais do que outros, alguns gostam de coreografia e outros se contentam apenas em balançar os ombros ou a cabeça. No entanto o grande problema é quando deixamos de dançar ou dançamos demais, compreende? Reconhecer nós mesmos é dar espaço para que possamos pensar sobre nossas decisões e situações as quais permitimos que aconteçam em nossas vidas.
Nem sempre sabemos porque a tristeza nos abarca, nem sempre entendemos porque momentos felizes não são tão bem recebidos por nós, nem sempre vamos dizer a coisa certa, escutar o que precisamos e nem sempre vamos ter ou ser a melhor companhia para o outro. No entanto, aceitar nossa condição e compreender que, se é importante para si melhorar emocionalmente, psicologicamente e ter uma melhor qualidade de vida, as mudanças AS VEZES são necessárias. Destaca-se a fala por que nem todas as pessoas melhoram com as mudanças. Há pessoas que não conseguem mudar ou não estão prontas para isso, logo, é necessário encontrar uma forma de orientar o mesmo para que tenha melhor qualidade de vida sem as mudanças. Mas sempre é interessante tentar a mudança antes de tomar esse caminho. Levando em consideração a flexibilidade podemos então elucidar o “como” é conduzido a psicoterapia segundo N.H.B.R. É, após dos dois passos anteriores, compreender as situações e os objetivos do cliente com os olhos do mesmo. Empatia encaixaria bem nessa situação, mas estamos falando aqui de compreensão. Compreender o que o outro diz, o que o outro faz e o que o outro acredita é, na verdade, a forma mais interessante de conduzir uma psicoterapia. Quando compreendemos grande parte da forma que o outro enxerga o mundo, podemos então explicar o que o outro está dizendo para ele mesmo.
Não se trata de refletir sobre assuntos externos, conhecimentos mensuráveis, padronização comportamental ou rótulos psicológicos, mas sim refletir sobre si mesmo. Repetir o que dissemos, repetir o que pensamos e então ordenar o que nos faz bem e o que não nos faz bem. Ser sincero conosco é mais difícil do que com o outro. Dentro de terapia aprende-se a dizer a verdade para si sobre si, aprende-se a olhar realmente a si mesmo desnudo de limitações, rótulos, barreiras, obstáculos ou médias. É chorar incansavelmente porque derrubaram seu travesseiro preferido no chão, é gritar de forma eloquente o quão te incomoda que te toquem enquanto conversam com você ou abraçar até esmagar o animal de estimação que você tanto ama. Expressar seus sentimentos com a real intensidade a qual você os sente. É a forma de compreender melhor o que pensamos, acreditamos, vivemos e por fim compreender melhor cada parte de nossa existência. Permita-se se frustrar e ser feliz consigo mesmo.
5. CONCLUSÃO
Diante de tudo refletido acima podemos refletir se realmente é interessante a forma que é conduzida a psicoterapia ao olhar de Nathan H.B.R. Para que possamos encerrar a temática com uma breve reflexão, mas bem breve mesmo, podemos metaforizar com uma pergunta: Qual filme poderia ser mais interessante para você do que o filme da sua vida? E o que te causa saber que seu filme está em cartaz? Medo, orgulho, raiva, vergonha, felicidade, euforia ou outro sentimento? Nomeie, responda e por fim aceite suas decisões, no entanto, são poucas as pessoas que se contentam em passar vergonha ou ter raiva de produções estreladas por eles mesmos. Seja você a maior estrela do seu show, ou seja, feliz em vibrar da plateia. Compreenda quem é, aceite quem gosta e permita-se sentir-se bem com suas próprias decisões.