Erro

Migalhas de afeto e medo de ficar só

Postado por Flavia Franciny Costa Rojas em 25/08/2022 19:15


Você já parou para olhar a qualidade das suas relações  passadas ou da sua relação atual? Não faz muito tempo que eu ouvi a seguinte frase "é melhor ficar com el* do que sem ninguém". Essa frase não tem um sentido raro, quem nunca ouviu por exemplo o famoso clichê "ruim com el*, pior sem el*"? Todas elas trazem a mesma ideia: ficar sozinho não é uma opção, ainda que para isso eu aceite qualquer companhia.

 

Quando a gente "traduz" assim, colocando de forma direta, parece pesado demais, né? Mas no fim das contas a lógica é a mesma. Acontece que essa lógica descarta ou faz de tudo para não enxergar algo muito grave nessa situação toda: estar com alguém não é garantia de estar acompanhado.

 

O problema é quando a gente se acostuma com qualquer presença para não ficar apenas com a nossa presença. Na tentativa de não abrir mão de uma companhia física as vezes abrimos mão de respeito, afeto, reciprocidade, e parceria. Qualquer migalha de atenção passar a ser entendida como interesse ou demonstração de afeto. Até que o poço vai ficando cada vez mais fundo e nos deparamos sozinhos mesmo estando em um relacionamento.  Isto é, o relacionamento tem pouca qualidade e a justificativa para continuar nele diz mais sobre a relação com nós mesmos do que com o outro. 

 

Fisicamente podemos estar ao lado de qualquer pessoa, já o comprometimento e a reciprocidade de uma relação é outra história. Parceria é algo construído e requer disposição de ambos os lados. Mas acima de tudo, as relações nas quais investimos diz muito sobre o valor que nos damos. 

 

É difícil se dar conta disso, porém é um caminho necessário para interromper ciclos que parecem sempre se repetir na nossa vida. Resgatando um clichê, já que iniciamos falando deles, prefiro pensar no "antes só do que mal acompanhado". E nessas horas, vale refletir:  que medo é esse da sua própria companhia? o que é tão insuportável no estar só? O que nisso me assombra?  E por que não um lembrete de que mais do que companhia, precisamos de relações de qualidade. Pois dependendo da companhia, saímos com mais feridas do que as que já tínhamos. 

 

Psicóloga Flávia Costa 

CRP 05/60279

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