Postado por Bruno Beraldo de Castro em 25/01/2018 20:16
“Eu leio livros de psicologia e psicanálise, faço a minha autoanálise, faço anotações sobre os meus defeitos e minhas qualidades, também sobre o que acontece comigo diariamente. Será que eu ainda preciso buscar um psicólogo (a)?".
Hoje vou responder esta pergunta que me foi enviada via inbox aqui na página.
Mesmo que nós façamos a nossa autoanálise, e isso é muito importante, podemos nos “autossabotar”. Uma autoanálise pode ser uma “autossabotagem". Ter consciência que você tem determinado aspecto da sua personalidade ou comportamento problemático lido em algum livro de autoajuda ou vídeo de internet, não significa que você vai se responsabilizar por ele, buscando meios que sejam realmente válidos para a resolução daquele determinado comportamento. E por isso é necessário à ajuda de um psicólogo neste processo de “autossabotagem”.
Somos seres de relação, adoecemos na relação, mas também nos curamos dentro de uma relação. E a psicoterapia é uma relação, e tende a buscar este processo de cura. Na saúde a tendência é o profissional da saúde ser atendido por outro profissional da saúde. Imagine um dentista fazendo a obturação do seu próprio dente, como ele se sairia?; Um cirurgião fazendo o seu próprio procedimento cirúrgico; Um psicólogo fazendo sua própria psicoterapia, daria certo? Convenhamos, seria um desastre. Por mais capacitado e qualificado que este profissional seja, há necessidade de outra pessoa para o trabalho.
O tempo todo nós estamos se autoanalisando, quem faz psicoterapia sabe que aquele momento é essencial e serve como um estimulante para uma compreensão muito mais sincera e apurada dos nossos comportamentos e sentimentos. Quando a psicoterapia tem um fim, independente se acabou a sessão ou a psicoterapia, propriamente dita, nós somos os nossos próprios psicoterapeutas. Da mesma maneira como temos que escovar os nossos dentes todos os dias, ou cuidar e repousar para se recuperar depois de um procedimento cirúrgico. E de modo algum a autoanálise, ler livros de psicologia, livros de autoajuda tem fator prejudicial, muito pelo contrário pode ser uma ótima ajuda para nos conhecermos. No entanto, corre o risco de não ser o suficiente.
Reforçando o que já venho dizendo para as pessoas dentro e fora do consultório.
Busquem auxilio psicológico, corram o risco!