Postado por Lucas Silva em 21/08/2024 00:31
Aahhh o mundo dos apaixonados, tão atrativo e perfeito, não é á toa que as comédias românticas fazem e sempre fizeram sucesso, de Uma Linda Mulher a 10 Coisas que Eu Odeio em Você, ou de De Repente 30 a Megarromântico, todas elas trazem um lado leve, divertido e gostoso do amor, aquele que salva o mocinho e a mocinha da vida cinza que levam, que os faz invadirem casamentos e correrem nos minutos finais até os aeroportos, em busca de seus amados, claro que sempre rola um drama em meio as duas horas de filme, mas o "Felizes para Sempre!" está logo ali. Porque afinal, os protagonistas lutaram pela felicidade que o amor do outro lhes dá. E aqui está a poluição dos filmes românticos, esperar ter que encontrar um grande amor pra finalmente ser feliz, e mais uma vez vou ser clichê (Tenho licença poética porque estamos falando de comédias românticas, não é mesmo?) e falar de amor próprio, vamos problematizar juntos?
Se por um acaso você realmente espera que a felicidade só exista, quando alguém chegar na sua vida e te der todo o amor que você precisa, você permite que certas coisas cruéis aconteçam, primeiro você desacredita de todo o seu potencial, dizendo inconscientemente "eu só serei feliz quando outra pessoa me permitir isso", você também joga sua vida na mão de um estranho que aconteceu de você amar, e se um belo dia ele resolver ir embora, leva o amor que você deu e o amor que ele trouxe pra você, todinho no carrinho de mão imaginário que ele possui, afinal é ele que transita com a sua felicidade, pois foi isso que você permitiu. E quando isso acontecer você vai ficar preso no ciclo contínuo dos "E se". E se eu tivesse sido menos temperamental? E se eu tivesse tido menos ciúmes? E se eu fosse mais assertivo? Mas no fim, a pergunta certa a se fazer é: E se eu não tivesse colocado a chance da minha felicidade na palma da mão de outra pessoa?
Se você não tivesse colocado sua felicidade não palma da mão de um estranho, você obviamente iria sofrer, afinal o fim da relação é um luto, você também iria se perguntar onde vocês se desencontraram que tudo deu errado, você iria passar alguns dias aéreo e tendo de lidar com sensações um tanto desagradáveis, mas sabe o que você não teria de enfrentar? A culpa de dar todo o seu amor à alguém que poderia levá-lo embora. Não seria mais sensato colocar seu amor e sua felicidade nas mãos de um velho conhecido que já te viu enfrentar tantas batalhas, quanto você se lembra de ter lutado, que te ajudou a engolir os choros e lidar com os dias ruins, que nem o seu café ajudou a melhorar, que te viu surtar com o medo do futuro, mas mesmo assim não entrou em parafuso junto, não seria mais sensato colocar todo seu amor em você? Não se engane, não quero que sou como um texto que diz que você não deve amar ou ser feliz amando alguém, mas é de grande ajuda que você primeiro se entenda, faça as pazes consigo e se ame, antes de distribuir o que nem mesmo conseguiu ter em abundância para si.
Realmente existem pessoas que precisam da energia do amor que vem do outro, para que suas vidas façam sentido, e que os passos dos relacionamentos, por vezes acompanham o crescimento pessoal e o amadurecimento do caráter, e claro que podemos dizer que o amor tem caráter mágico para o apaixonado, ele faz as manhãs mais claras, os sabores mais deliciosos e os perfumes mais atraentes, ele faz a vida menos chata e monótona, ele faz as comédias românticas ficarem extremamente boas. Acredito muito nele e o incentivo, mas meu alerta sempre vai estar ligado ao fato de que se você só depender desse tipo de amor que vem do outro, não desejo que se ele acabar, você fique desamparado e perdido, desejo que se acontecer de ele se findar, você tenha tanto amor dentro de si e para si, que vai saber exatamente o caminho que deve trilhar para ficar bem, pois quando você tem amor de sobra para si e por si, o abraço do amor próprio não se desfaz e o "Feliz para Sempre!" também pode existir.
