Postado por Cleide Mara Gregis em 03/11/2025 21:51
Relacionar-se é uma das experiências mais valiosas da vida humana. No vínculo com o outro, encontramos afeto, segurança e pertencimento. Porém, em alguns casos, o amor dá lugar à dependência emocional — uma dinâmica desequilibrada em que a pessoa acredita não conseguir existir plenamente sem a presença, aprovação ou atenção do outro. Quando o medo de perder alguém se torna maior do que o desejo de estar com essa pessoa, a relação passa a gerar sofrimento.
A dependência emocional é marcada por um padrão persistente de insegurança, necessidade de controle e intensa busca por afeto. A pessoa dependente, na tentativa de manter o vínculo a qualquer custo, acaba ignorando seus próprios limites, anulando sua individualidade e tolerando comportamentos que ferem sua saúde emocional.
Por que a dependência emocional acontece?
Sua origem geralmente está ligada a histórias pessoais. Muitos pacientes relatam experiências precoces de abandono, rejeição ou vínculos afetivos instáveis ao longo da infância. Nessas condições, o cérebro aprende que, para se sentir seguro, precisa se agarrar a alguém.
Outros fatores também podem contribuir:
Autoestima fragilizada
Medo da solidão
Crenças distorcidas sobre amor e merecimento
Histórico de relações abusivas ou instáveis
Dificuldade em reconhecer e expressar necessidades emocionais
É importante destacar que a dependência emocional não é sinônimo de sentimento profundo. Amar não significa se submeter, se diminuir ou perder a própria voz.
Como identificar os sinais?
Muitos sinais podem passar despercebidos, porque se camuflam como “provas de amor”. Porém, quando emoções intensas se tornam exageradas e frequentes, é necessário atenção:
Ciúmes e medo constante de ser trocado(a)
Necessidade de aprovação em tudo
Dificuldade em tomar decisões sozinho(a)
Sentimento de vazio quando não há contato com a pessoa de referência
Tolerância a humilhações, desrespeito e relações abusivas
Idealização do outro e desvalorização de si
Angústia extrema diante da possibilidade de separação
Esses comportamentos vão minando a autoestima. A pessoa passa a acreditar que sua felicidade depende exclusivamente do outro e perde a consciência de suas próprias necessidades e valores pessoais.
Efeitos na vida e na saúde mental
A dependência emocional costuma provocar:
Ansiedade e medo persistente de abandono
Sentimentos de inadequação e culpa
Isolamento social
Relações tóxicas ou repetição de vínculos abusivos
Depressão decorrente da sensação de impotência
Além disso, o parceiro ou a parceira pode se sentir sufocado(a), gerando conflitos frequentes, rompimentos ou relacionamentos instáveis — o que reforça ainda mais o ciclo da dependência.
Há tratamento? Sim! E é transformador.
O processo terapêutico auxilia a pessoa a reconstruir sua relação consigo mesma e com o mundo. Na psicoterapia, o paciente aprende a:
✅ Reconhecer seus padrões relacionais
✅ Desenvolver autonomia emocional
✅ Fortalecer sua autoestima e identidade
✅ Criar limites saudáveis
✅ Resgatar hobbies, amizades e objetivos pessoais
✅ Construir relações baseadas em respeito e reciprocidade
A independência emocional não significa frieza ou afastamento, mas sim a capacidade de estar com alguém por escolha, não por necessidade.
Amor saudável não dói
Quando há amor, existe espaço para dois: duas histórias, dois desejos, duas individualidades.
Depender do outro para tudo não é cuidado; é aprisionamento afetivo.
Buscar ajuda é um gesto de coragem e autocuidado. Romper padrões aprendidos não é fácil, mas é possível — e extremamente libertador.
Se você se identifica com esse tema ou percebe que ele faz parte da sua história, saiba: você não precisa enfrentar isso sozinho(a).
Estou aqui para caminhar com você nesse processo. Agende sua terapia!
Whats: (44) 998075497
@psi.cleidegregis
CRP 08/44196