Erro

Carnaval não tão feliz

Postado por Rodrigo Sousa Martins em 11/02/2024 17:29


O carnaval é um evento cultural, que se origina da Europa e, ainda hoje, um período muito importante para a nossa cultura brasileira. É um momento de festejo, liberdade, diversão e, acima de tudo, de viver nossas fantasias. Não apenas nossas fantasias carnavalescas, mas torna possível nossas fantasias interiores, nossos desejos, nossos prazeres, nossas vontades, aquilo que nos tira do chão. É um momento social de libertação de nossas prisões, daquilo que nos suga na rotina do dia a dia. Do estresse, do trabalho, de nosso sofrimento diário e que cada um sente em sua pele. Portanto, o carnaval é um momento de festejo geral, em que é possível rir junto, dançar junto e aproveitar.

Mas, ainda assim, isso não é experimentado por todo mundo. Por maior o ânimo social, por mais alegres que sejam as fantasias, existem muitos que sentem tristeza, infelicidade e desânimo. E está tudo bem nisso. Nessas datas em que tudo nos chama para rir, curtir, sair e se divertir, todo esse chamado soa como uma pressão, um mandamento. E não podemos nos esquecer que vivemos numa era do imperativo da felicidade, em que não se pode estar triste, não se pode sofrer e não se pode não querer se divertir – isso se considerarmos que a diversão é relativa, ou seja, diversas pessoas se divertem de diferentes maneiras.

Toda essa pressão por felicidade, alegrias e festejos, pelo Instagram e outras redes sociais, viralizadas, nos expulsa de nós mesmos, nos afasta da verdadeira conexão com o que verdadeiramente queremos ou podemos vir a ser. Esta onda de felicidades – se é que ela realmente existe-, por muitas das vezes, silencia nosso sofrimento e empurra cada vez mais para debaixo do tapete todas as nossas emoções que se escondem de nós.

Portanto, o carnaval chegou. E ele vêm trazendo suas alegrias, e também suas tristezas. Se quiser se divertir, se jogue como puder. Aproveite o seu momento. Mas, se não quiser fazer, se não conseguir fazer, está tudo bem. É o momento de respeitar os seus sentimentos e suas insatisfações, afinal, se entender e se ouvir também é uma forma de se abraçar.






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