Erro

A dor do fim - sobre términos de relacionamentos afetivos 

Postado por Juana Contreira Pereira da Costa em 12/01/2024 14:34


A dor do fim - sobre términos de relacionamentos afetivos 

Essa é uma das principais demandas - se não a maior - dos consultórios de psicologia atualmente, inclusive no meu. 

Em situação de término de relacionamentos afetivos o sujeito não perde apenas a pessoa amada, perde parte de si, perde o que foi investido, perde uma parte da vida que existia apenas no encontro com esse outro que lhe escapa. 

Amar é dar muito de si para o outro- as vezes até mesmo tudo - e quando o amor acaba, o outro se esvai, há o vazio. O que fazer com todo esse amor? Quando o objeto desaparece, para onde vai todo o investimento feito em sua direção? 

Bom, não existe uma coisa certa a ser feita, uma ideia universal que vai lhe resgatar do sofrimento - me desculpe se você veio até aqui buscando uma resposta pronta e mágica. 

O que pode ser feito é a elaboração dessa perda, um processo de luto desse amor que ainda existe apesar da recusa do objeto-outro. 

Além disso, também se faz necessário um reinvestimento desse amor com destino externo- ou da libido, para os psicanalíticos - para si mesmo. Redirecionando os afetos, a atenção, a dedicação e o carinho em torno de seu Eu, em outras palavras, realizando o tão comentado autocuidado. 

Por último, mas não menos importante, receber amor em momentos de angústia e desesperança sempre impulsiona boas doses de cura. O amor machuca, mas também regenera. Cercar-se de uma rede de apoio é fundamental para passar por um término doloroso. 

Se você está passando por isso, quero dizer que sinto muito. É um processo dolorido e cruel, mas uma coisa eu posso prometer: ele passa. Se cuide, se acolha, cerque-se dos seus e dê tempo ao tempo. O amor mais fundamental da vida é o próprio. 

Neste sentido, a terapia pode ser uma ótima aliada para te ajudar tanto a se reencontrar com a sua essência quanto para te amparar nos momentos mais tristes e desoladores. A busca por um profissional que compreenda a complexidade das emoções pós-término pode ser o primeiro passo rumo à sua jornada de cura. 






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