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A CULTURA DA IMAGEM E A SUBJETIVIDADE CONTEMPORÂNEA

Postado por Maicol José Bergo em 21/11/2023 11:14


Vivemos em um mundo onde a imagem está muito presente em nosso cotidiano. Em vários momentos do dia, as mídias visuais nos bombardeiam com inúmeras imagens que moldam nossa percepção do mundo e, assim, inconscientemente, essas imagens se tornam um parâmetro para pensarmos quem somos ou não. É importante pararmos para refletir sobre como a cultura da imagem impacta nossa subjetividade, nossas emoções e a maneira como construímos nossa identidade na era moderna. A nossa noção de “eu” é formada pelo olhar do outro, o que faz com que as imagens ao nosso redor desempenhem um papel significativo nesse processo.

Na sociedade atual, a publicidade, o cinema, a televisão e as mídias sociais se tornaram plataformas poderosas para construir e disseminar imagens com o objetivo de cativar nossa atenção, moldar nossos interesses e desejos. A publicidade, por exemplo, se utiliza de símbolos que podem representar valores, desejos e estilos de vida. Seu propósito é nos persuadir e seduzir, criando em nossa percepção a ideia de que a verdadeira felicidade e realização pessoal podem ser alcançadas ao adquirirmos determinados produtos ou aderirmos a padrões estéticos específicos. Aplicativos como o Instagram – rede social onde os elementos visuais são privilegiados – podem moldar nossa percepção da realidade com a exposição perpétua à hiperespetacularização da vida e a obsessão pela máxima eficiência. Isso muitas vezes nos leva à ansiedade e ao medo do julgamento alheio em relação à nossa própria imagem e ritmo.

Assim, é importante cultivarmos uma consciência crítica sobre a cultura da imagem que nos cerca, questionando os valores e ideais transmitidos pelas mídias visuais e reconhecendo sua profunda influência em nossas emoções e subjetividade. Ao reconhecermos que as imagens são construídas e que a realidade abrange mais do que é retratado, podemos nos libertar das restrições impostas pela cultura visual e buscar uma experiência subjetiva mais autêntica e gratificante, que vá além das representações imagéticas.

Vale lembrar que é humano desejar ser belo, pertencer a um grupo, ser aceito e, por fim, ser amado. Também é humano o movimento pela diversificação das formas de ser, de se expressar e de elaborar conteúdos sobre si próprio, pois faz parte de quem somos buscar novas maneiras de nos narrar. As mídias visuais despertam interesse em pesquisadores que se dedicam ao estudo do rosto, essa espécie de superfície instigante, e sua relação com a subjetividade humana. Uma dica de leitura é o livro "O Instagram está padronizando os rostos?", escrito pela pesquisadora em comunicação Camila Cintra. 

Maicol José Bergo
Psicólogo Clínico
CRP: 06/153058

WhatsApp: (17) 98214-5882
Instagram: @maicolbergo

Artigo publicado na Revista Bem-Estar de São José do Rio Preto no dia 27 de maio de 2023. 






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