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3 condições para o diagnóstico do autismo

Postado por Beatriz Lisboa Cavalcante em 06/09/2024 16:12


A cada dia que passa mais pessoas se identificam com alguns dos sintomas do autismo, mas quais são as condições para o diagnóstico desse transtorno? Confira a seguir!

Introdução

Antes de passarmos para os 3 critérios, é muito importante que você saiba que os três critérios principais para o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é feito com base no DSM-5-TR, o manual de diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria. Além disso, a avaliação diagnóstica pode ser feita por um psicólogo, neurologista ou psiquiatra.

Condições para o diagnóstico do autismo

  1. Déficits persistentes na comunicação e interação social

Este critério refere-se à dificuldade que as pessoas com autismo têm em estabelecer e manter interações sociais.

  • Isso inclui déficits na comunicação verbal e não verbal, como dificuldade em manter uma conversa, usar expressões faciais, contato visual ou compreender o tom de voz.

  • Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares.

Exemplo: Imagine um adulto, João, que trabalha em um escritório. Ele é muito competente em seu trabalho, mas seus colegas notam que ele raramente participa de conversas e evita atividades em grupo, como almoçar com os outros. João pode ter dificuldade em saber quando é a sua vez de falar em uma conversa, o que pode fazer com que ele se sinta desconfortável nessas e em outras situações sociais.

      2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades

Para que a pessoa esteja dentro do espectro do TEA é preciso que se manifeste pelo menos dois dos seguintes critérios atualmente ou a longo da sua vida:

  • Movimentos motores estereotipados ou repetitivos, uso de objetos ou fala (por exemplo, estereotipias motoras simples, enfileirar brinquedos ou lançar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).

  • Insistência na mesmice, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal.

  • Interesses altamente restritos e fixos que são anormais em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverantes).

  • Sensibilidade a estímulos sensoriais ou interesse incomum em aspectos sensoriais do ambiente (por exemplo, aparente indiferença à dor/temperatura, resposta adversa a sons ou texturas específicas, cheiro ou toque excessivo de objetos, fascínio visual por luzes ou movimento).

Exemplo: Carla, é uma mulher adulta e possui um interesse muito grande e quase exclusivo por pássaros. Todos os dias Carla passa horas pesquisando sobre diferentes espécies e pode falar longas listas de fatos sobre pássaros. Se sua rotina for interrompida, como por exemplo uma mudança no horário de trabalho, ela pode ficar muito ansiosa e desconfortável, demonstrando isso com comportamentos repetitivos, como esfregar as mãos constantemente.

      3. Os sintomas devem estar presentes no período inicial do desenvolvimento

Por fim, para que o diagnóstico seja feito, os sintomas descritos acima devem estar presentes desde a infância, mesmo que só se tornem mais evidentes conforme o tempo vai passando, ou seja, quando as demandas da vida social ultrapassam a capacidade da pessoa.

Isso significa que os sinais do Transtorno do Espectro Auutista (TEA) podem não ser fáceis de serem percebidos até que a criança enfrente situações que vão exigir mais interação social. Como também, podem ser mascarados por estratégias aprendidas na vida adulta.

Estudo de caso fictício: Luiz, 35 anos, sempre foi visto como "tímido" quando criança. Ele preferia aproveitar o seu tempo organizando suas coleções de brinquedos do que brincar com outras crianças. Na adolescência, ele começou a sentir mais dificuldades na escola, especialmente em atividades que exigiam trabalho em grupo. Somente na idade adulta, após procurar ajuda para lidar com a ansiedade em ambientes sociais, ele recebeu o diagnóstico de autismo.

*Lembrando que é preciso apresentar os dois críterios acima desde a infância para que o diagnóstico seja fechado, caso você tenha se identificado, apenas com o críterio 1, por exemplo, não é o suficiente para fechar o diagnóstico de TEA.

Conclusão

É importante lembrar que o autismo é um espectro, ou seja, cada pessoa pode apresentar os critérios acima de maneira diferente. Alguns podem ter dificuldades mais evidentes, enquanto outros podem parecer conseguir lidar bem com diferentes áreas de sua vida, mas ainda possuem uma certa dificuldade com interações sociais ou padrões repetitivos.

O diagnóstico é muito importante para que a pessoa possa receber o suporte necessário, seja na escola, no trabalho ou em outras áreas da vida. Por isso, se você desconfia que tem ou possui algumsa das dificuldades acima, não hesite em procurar ajuda de um profissional para realizar a avaliação. 

 

Se você estiver precisando de ajuda, estou aqui!

WhatsApp (66) 99918-4783

Beatriz Lisboa Cavalcante

CRP - 18/8726

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